Decisão sobre fraude no TJ será adiada

A comissão que investiga suposta fraude na distribuição de processos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso pode adiar o prazo para conclusão do relatório final. O supervisor da investigação, desembargador Márcio Vidal, afirma que foi contratada uma perícia particular para analisar o caso e, diante da complexidade do sistema de informática, o prazo deve ser estendido de 20 a 30 dias. A comissão é composta por três servidores do TJ.

No entanto, os auditores técnicos, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal, pretendem concluir a investigação no próximo dia 15, porém, pontuaram que, caso seja necessário, poderão pedir prorrogação. De acordo com Márcio Vidal, a princípio a comissão não imaginou que a análise fosse tão minuciosa. "Foi diagnosticado que o sistema é muito complexo e, por isso, o resultado não sai em menos de 20 a 30 dias".

A auditoria foi instaurada para averiguar o departamento de informática sob indícios de fraude na distribuição de processos e venda de sentenças. Além da auditoria interna do TJ, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu intervir na situação e instaurar investigação paralela. A primeira verificação in loco ocorrerá no dia 20 deste mês e a previsão é que encerre no final deste mês. O CNJ decidiu intervir na questão em meio à crise do Judiciário em função da fragilidade demonstrada pelos desembargadores Alberto Ferreira de Souza, Clarice Claudino, Guiomar Teodoro Borges, Maria Helena Póvoas e pelo próprio Márcio Vidal.

A investigação teve início a partir do fato ocorrido no dia 10 de março passado no setor de informática do Tribunal quando o ex-coordenador do departamento, Mauro Ferreira Filho, foi flagrado por outra funcionária ao praticar atos considerados "estranhos". Por esse motivo, ele foi afastado do cargo sob suspeita de tentar fraudar o sistema.