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Politica Brasil
Terça - 04 de Maio de 2010 às 01:34

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A Câmara dos Deputados em Brasília está sob pressão para aprovar ainda nesta terça-feira um projeto que impede políticos sonegados na justiça de se candidatar.

Apoio popular não falta. A última demonstração foi dada ontem em Ipanema, no Rio de Janeiro. Manifestantes fizeram uma caminhada em favor do projeto ficha limpa que impede a candidatura de políticos condenados pela justiça. Teve até paródia da música ‘Cidade Maravilhosa’.

O projeto chegou ao Congresso em setembro do ano passado com um milhão e trezentas mil assinaturas. Ele propunha que políticos condenados em primeira instância fossem proibidos de concorrer a cargos eletivos.

Em março desse ano o relator, deputado Índio da Costa acrescentou que o político só se tornaria inelegível se a condenação fosse decidida por um colegiado e não por um único juiz, isso diminuiria muito o número de candidatos afetados.

“Mas de qualquer maneira, mesmo assim, é melhor pro Brasil que seja aprovado, do que não seja aprovado”, fala o deputado.

O texto continuou não agradando a maioria da câmara, até que o relator na comissão de constituição e justiça, José Eduardo Cardoso, acrescentou um detalhe considerado importante pelos deputados: a possibilidade do condenado entrar com recurso e manter a candidatura até o julgamento final.

“O texto agora está bom para votar. Nós vamos votar favorável. É claro que esse é um tema que o governo não... Não é um tema do governo, é um tema do congresso. Então, o governo libera a bancada, mas eu como deputado vou votar favorável", diz o deputado Cândido Vacarezza PT/SP, líder do governo.

A votação do pedido de urgência para o projeto ficha limpa está marcada para amanhã (4). Se for aprovado o pedido, a proposta poderá ser votada no mesmo dia e depois segue para o senado. Mas há quem aposte que essa disposição da câmara não passe de jogo de cena.

“Pode até ser votado, mas a aprovação é que vai ser protelada. Porque não se conhece nenhuma reforma política que tenha sido aprovada por aqueles que vão ser por elas atingidos”, diz Otaciano Nogueira, cientista político.






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