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Politica Brasil
Segunda - 03 de Maio de 2010 às 02:46

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O projeto de lei que amplia os casos de inelegibilidade de políticos, com a proibição da candidaturas de pessoas que respondam a processos judiciais, deve ser colocado em votação na próxima terça-feira (4) na Câmara dos Deputados. A intenção do presidente Michel Temer (PMDB-SP) é votar a urgência e, caso seja aprovada, convocar uma sessão extraordinária exclusivamente para apreciar o projeto Ficha Limpa.

 

Para alguns parlamentares, como o líder do DEM, Paulo Bornhausen (SC), a pressão social tem repercutido na Casa e acelerado as negociações. Neste domingo (2), foi realizada uma passeata no Rio de Janeiro pela aprovação do projeto. Até terça-feira, estão previstas manifestações e coletas de assinaturas em cidades de São Paulo e do Pará.

- O que vem acontecendo é uma expressão da opinião pública. A sociedade montou uma agenda [de prioridades] e agora cobra uma atitude do Congresso Nacional.

O líder do DEM considera possível a votação da matéria nesta semana. Para ele, se o texto não for alterado no Senado, a projeto Ficha Limpa tem todas as condições de ser aprovado pelo Congresso até junho.

Caso contrário, Paulo Bornhausen ressaltou que o Parlamento será o maior prejudicado por não conseguir deliberar sobre um tema imposto pela própria sociedade e que fatalmente repercutirá nas eleições de outubro.

- O maior prejudicado será o Congresso como um todo, não só os candidatos.

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), no entanto, é mais cauteloso. Ele reconhece a importância das manifestações e seus impactos nos congressistas. Entretanto, o deputado considera fundamental que os líderes partidários apresentem um texto de consenso, apoiado pela maioria, que permita aprovar a matéria em plenário.

- O que se faz no Congresso é tentar chegar a um texto que nos dê segurança que será aprovado. Se fosse para jogar para a torcida, os deputados votariam o projeto de qualquer jeito e mandariam ao Senado.

O petista considera difícil a votação do Ficha Limpa nesta semana. O que deve ocorrer, segundo ele, é uma intensa negociação entre os líderes para amarrar um texto de consenso e votar a matéria na próxima semana.

Berzoini alertou para a necessidade de evitar “injustiças”, com a ampliação dos casos de inelegibilidade. Para ele, é necessário criar condições para que políticos condenados pela Justiça, em primeira e segunda instâncias, tenham o direito de se candidatar desde que os processos não estejam vinculados à prática de crimes de corrupção ou de improbidade administrativa.






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