Gelo flutuante global está em constante recuo, indica estudo
"É um número alto", disse o professor Andrew Shepherd, da Universidade de Leeds, principal autor do trabalho, estimando a perda líquida de gelo flutuante a prateleiras de gelo em 7.420 km na última década.
Esta quantidade é maior do que a perda dos mantos de gelo da Groenlândia e da Antártida no mesmo período de tempo, com destaque para o impacto do aquecimento dos oceanos no gelo flutuante.
O derretimento do gelo varia do inverno para o verão. Os cálculos do relatório dizem respeito à perda líquida ao longo da década passada.
"Há uma taxa constante de recuo por ano", afirmou o professor. "É um processo rápido e não há nenhuma razão para que ela não aumente no próximo século."
Polo norte sem gelo até 2050?
O estudo não lança uma nova luz sobre a hipótese de que em breve o polo norte pode ficar totalmente sem gelo, durante o verão. Muitos especialistas em clima dizem que isso poderia acontecer em 2050, talvez mais cedo.
O derretimento do gelo marinho flutuante e das prateleiras de gelo contribui pouco para a elevação do nível do mar, pois toda sua massa já está na água. Ao contrário do gelo em terra, que derrete no mar, e eleva o nível no que corresponde a sua massa inteira.
Se todo gelo flutuante do mundo derretesse, o nível do mar elevaria em cerca de 4 cm. Mas isso poderia ter um efeito maior, se as geleiras sobre a terra fossem desbloqueadas e deslizassem para o mar. Além disso, a água reflete menos luz do Sol do que o gelo, e aquece a área local.
Já se o gelo polar do mundo derretesse, o nível do mar aumentaria em cerca de 70 m, estimam os cientistas. "Estamos entrando em uma era onde o gelo do mar e as plataformas de gelo estão erodindo, devido ao aumento da temperatura", disse Shepherd.
O gelo flutuante eleva pouco o nível do mar, porque não aumenta o peso total da água salgada, mas dilui no oceano assim que derrete, provocando a expansão do volume do mar.
Na última década, o derretimento do gelo flutuante aumentou o volume dos mares do mundo em 193 km3, segundo o pesquisador.
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