Oposição chama de "ridícula" a política internacional do governo Lula
"O Brasil foi parar nos holofotes e gafes passaram a merecer visibilidade. Está para se configurar um descompasso entre o tamanho do país e as inconsequentes posições de seu presidente", disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
O presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores) do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), disse que a diplomacia brasileira adota posturas "agressivas". "O sucesso é perigoso porque as pessoas acham que não têm limite e assumem posições de risco."
Além de atacar Lula, a oposição disparou críticas ao ministro Celso Amorim (Relações Internacionais) e ao assessor do Planalto para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. "É um trio deslumbrado, megalomaníaco e, agora, ridicularizado. De um presidente que conquistou a credibilidade e o respeito internacional, ele [Lula] está conseguindo reverter isso para o ridículo na comunidade internacional."
Em defesa do governo, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que o artigo do Financial Times não condiz com a realidade do país. "Mesmo que tenha falhas, a política externa brasileira é conhecida no mundo todo. Isso [crítica] é algo pontual. Não digo que não haja equívocos, mas o artigo não representa a imagem no Brasil no cenário internacional."
Artigo
O artigo assinado pelo jornalista John Paul Rathbone afirma que o jeito "carinhoso" do Brasil é um obstáculo para que o país consiga um lugar entre as grandes potências no cenário internacional. No texto, o jornalista diz que o Brasil "tornou-se importante na comédia das nações, quase sem ninguém perceber".
Segundo o jornal, o Brasil tem 1.400 diplomatas e sua voz, ao lado da Turquia e China, é importante em questões internacionais, como as sanções nucleares ao Irã. No entanto, segundo o texto, "a política de arco-íris do Brasil pode estar atingindo o seu limite e poderia até colocar em risco a vaga permanente no Conselho de Segurança que o país cobiça".
"Gafes recentes mudaram a imagem açucarada do Brasil e do seu presidente também", afirma o "Financial Times".
Entre os episódios citados pelo jornal estão a crítica feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à greve de fome ativista cubano Orlando Zapata e os comentários do presidente sobre protestos da oposição após as eleições no Irã quando Lula disse que as manifestações eram "choro de perdedores".
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