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Quinta - 15 de Abril de 2010 às 18:21

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Visando buscar soluções para o combate ao tráfico de drogas e tratamento aos dependentes químicos em Mato Grosso, o Ministério Público Estadual (MPE) promoveu, nessa quarta-feira (14.04), uma reunião com procuradores e promotores de Justiça, secretários de Estado, representantes do Poder Judiciário, da Polícia Militar e de entidades que atuam na reabilitação de usuários de drogas. O encontro também contou com a participação com o procurador-geral de Justiça, Marcelo Ferra de Carvalho,  o coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Paulo Prado, e o juiz de Direito, Mário Kono.

De acordo com a procuradora-geral substituta do MPE, Eliana Cícero de Sá Maranhão Ayres, para a recuperação dos dependentes químicos, é necessário que o Estado celebre convênios com clínicas de tratamento, oferecendo as condições estruturais, já que as unidades existentes vêm atuando de forma precária. “O Estado não tem um local adequado para encaminhar esses usuários e a grande maioria das clínicas não tem condições de atuar. O MP tem feito o trabalho de identificar e recomendar ao Estado as entidades sérias e idôneas. Entretanto, sem o auxílio financeiro, elas não conseguem atuar com eficiência e eficácia”.

Segundo ela, a equipe de trabalho do Ministério Público criada para atuar nessa questão, composta também pelos promotores de Justiça Marcos Machado, Natanael Fiúza e Alexandre Guedes, se reunirá com o governador do Estado, Silval Barbosa, para solicitar a destinação de recursos para essas entidades. “O Estado tem o dever de promover ações de combate às drogas e oferecer tratamento adequado aos usuários”, afirmou ela.

Outra proposta apresentada na reunião foi a criação de uma fundação pública que promova ações de combate às drogas. Para o promotor de Justiça Marcos Machado, a fundação poderia contribuir consideravelmente para a redução dos problemas ocasionados pelas drogas. “A maioria dos crimes tem relação com entorpecentes. É um problema crônico que não será resolvido em um ou dois anos. Temos que trabalhar sistematicamente em três eixos: o combate às drogas ilícitas, o tratamento e a prevenção”, disse ele.

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado, afirmou, durante a reunião, que a criação da fundação pode ser viável para Mato Grosso. “Precisamos fazer os devidos encaminhamentos para viabilizar sua implementação. Temos feito um bom trabalho de repressão à entorpecentes, porém, somente isso não resolverá o problema”, acrescentou.

O comandante da Polícia Militar, coronel Osmar Lino Farias, informou que somente no período do dia 1º ao dia 14 de abril deste ano, foram registradas 770 denúncias em Cuiabá e Várzea Grande. Dessas, 440 eram de bocas-de-fumo. “Até nós que trabalhamos com isso constantemente, nos surpreendemos com o crescimento do tráfico no Estado. Temos que atuar em conjunto para obtermos resultados efetivos”.

PROJETO - Durante a reunião, o médico e professor universitário, José Reinaldo Coutinho, apresentou o projeto de implantação de uma unidade modelo "Centro de Recuperação para Dependentes Químicos em Cuiabá". “Os tratamentos convencionais têm sido inconsistentes e não obtém resultados eficazes. Além do tratamento usual, o dependente também deve fazer a reposição de serotonina, um neurotransmissor que desempenha um importante papel no sistema nervoso”, explicou.

Segundo ele, em geral, os indivíduos deprimidos têm níveis baixos de serotonina no sistema nervoso central e isso deflagra uma série de problemas que podem estar relacionados à dependência química. “A neurociência tem se tornado a nova visão científica que a medicina moderna abraçou no campo de suas pesquisas. Se não tratarmos a causa dessa dependência, não vamos resolver o problema”.

Para a procuradora-geral substituta do MPE, o projeto é mais uma alternativa para o tratamento dos dependentes químicos no Estado. “Não podemos permitir que essa situação perdure. Temos que unir esforços para buscar uma saída para esse problema que tem afetado tantas famílias mato-grossenses”, ressaltou ela.

Também participaram da reunião o diretor de Infraestrutura da Agência da Copa (Agecopa), Carlos Brito; o secretário adjunto de Estado de Saúde, Fabiano Tanaco Borges, e o secretário adjunto da Sejusp, tenente-coronel Zaqueu Barbosa.






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