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Meio Ambiente
Terça - 13 de Abril de 2010 às 07:40
Por: Afra Balazina

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As mudanças climáticas farão com que eventos como o ocorrido no Rio, de chuvas volumosas e longas, fiquem ainda mais frequentes. As cidades precisam se preparar e se adaptar. Segundo Sérgio Besserman, professor de economia da PUC-Rio e presidente da Câmara Técnica de Sustentabilidade da Prefeitura do Rio de Janeiro, a cidade viveu situação semelhante há 44 anos. "O que a ciência diz é que não vai demorar mais 44 anos para chover de novo dessa forma. Haverá mais chuvas como essas e talvez até mais intensas", afirmou.

 

Em São Paulo, segundo ele, o tamanho da cidade e a alta taxa de impermeabilização dificultam a adaptação. No Rio, a complexidade se deve a um elemento natural - a cidade é litorânea e enfrentará a subida do nível do mar com o aumento da temperatura na Terra. "E haverá uma subida ainda mais extrema nas marés cheias. Portanto, vamos ter mais chuvas, e chuvas mais intensas, encontrando-se com marés mais cheias", disse.

Ele explicou que, quando chove, a água escorre pelas montanhas, segue para os rios e escoa no litoral. Ao descer, já provoca inundação. Mas se encontra canais naturais e artificiais mais cheios por causa da maré não consegue escoar e isso torna as inundações ainda mais graves.

Mais estudos na área de clima serão fundamentais para ajudar no planejamento das cidades. Algo que possa parecer caro hoje - como fazer um piscinão ou erguer a altura de uma construção -, quando considerados os impactos do clima, pode acabar sendo muito mais barato e conveniente do que enfrentar o risco de perder todo o investimento.

Segundo Besserman, existem pesquisas para a área da Baía de Guanabara, por exemplo, mas há uma lacuna em relação à Baía de Sepetiba.

Ele defendeu que o País precisa se aparelhar melhor para a coleta de informações, como medir marés, chuvas, fazer acompanhamentos geológicos e ter mais estações meteorológicas. "Se Niterói tivesse uma Geo-Rio (órgão municipal que monitora aspectos geológicos) não teria ocorrido essa tragédia."

Vulnerabilidade. Os estudos de mudanças climáticas apontam que países menos desenvolvidos e populações mais pobres são as mais vulneráveis aos impactos do aquecimento global. Em Niterói, isso foi observado. "Essas pessoas só conseguem acessar os terrenos de menor valor e de maior risco", disse Besserman.

De acordo com o economista, elas têm menos recursos para se defender - às vezes não têm informação e, quando possuem conhecimento, muitas vezes não têm dinheiro para fazer melhorias ou para se mudar.






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