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Cultura
Quinta - 25 de Março de 2010 às 19:05
Por: Meire Zanelato

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Marcos Negrini
Ator Malvino Salvador concede entrevista sobre a 4ª edição do espetáculo Auto da Paixão de Cristo
Ator Malvino Salvador concede entrevista sobre a 4ª edição do espetáculo Auto da Paixão de Cristo

Envolvido pela segunda vez num espetáculo sobre a Paixão de Cristo, o ator Malvino Salvador, o Gabriel da recém-concluída novela Global, Caras e Bocas, falou sobre sua expectativa em interpretar o papel de Jesus Cristo, no espetáculo Auto da Paixão de Cristo, promovido pelo Governo do Estado, que estreia nesta sexta-feira (26.03), em Cuiabá. “É uma oportunidade de crescimento espiritual”, disse Malvino num descontraído bate-papo, na manhã desta quinta-feira (25), com a imprensa local.

Ele também falou do modo como encara a religiosidade e da expectativa quanto às apresentações do espetáculo, que inicia nesta sexta-feira (26) e segue até domingo (28), no estacionamento do Ginásio Aecim Tocantins, sempre às 20h30. Esta é a segunda vez que o ator participa de um projeto como este. A primeira vez foi em 2005, quando ele interpretou Pilatos no Auto de Nova Jerusalém, em Pernambuco.

O ator manauense, de 34 anos, cuja primeira experiência no teatro foi uma peça musical chamada Blue Jeans, contou que depois do musical acabou emendando seis novelas, que lhe trouxeram uma vasta experiência em televisão. Agora, Malvino está preparando seu retorno ao teatro, previsto para maio, com a estreia da peça Mente Mentira, de Sam Shepard, aclamado autor norte americano, considerado o maior dramaturgo depois de Tennessee Williams.

“Volto aos palcos com uma peça conceitualmente mais elaborada e mais difícil de interpretar, que já ganhou o prêmio da Associação dos Críticos Americanos e completou 25 anos. Essa peça está me obrigando, me exigindo muito estudo, o que para minha carreira será bem legal. São oito personagens e as relações entre eles e suas motivações pessoais são o mais importante no texto. Depois da estreia vamos excursionar no interior paulista e, dependendo das parcerias, quero trazer a peça para cá”, planeja o ator.

Confira abaixo a entrevista completa com Malvino Salvador.

Como é para você interpretar Jesus?

Representar o Cristo é uma experiência impressionante. Poder saborear a vivência desses últimos dias dele, que foram muito bonitos. Poder sentir toda a força desse personagem que existiu, tudo o que ele viveu naquela época e o que isso representava para as outras pessoas e para os companheiros dele.

O trabalho do ator é o de emprestar emoção e ao mesmo tempo compartilhar a emoção do personagem. Então compartilhar todas as emoções que Cristo experimentou é uma forma de crescimento espiritual pra mim. É importante encenar essa história porque eu também acabo entendendo mais todas as motivações do próprio Jesus. Nos ensaios, por exemplo, várias fichas caíram. Então acho que o público quando assiste ao espetáculo também experimenta isso, as fichas caem para cada pessoa da plateia também. Por isso o real valor de continuarmos encenando essa história.

Como foi seu entrosamento com o elenco local?

Vejo que o pessoal já está completamente ciente do que tem que fazer, das marcações, de tudo, enfim. Achei maravilhosa a postura em cena dos atores locais, a dedicação, a vontade de fazer e a vibração de todos em participar de um espetáculo desse porte.

Você já participou de espetáculos a céu aberto?

Já fiz duas vezes espetáculos em praça pública. Um foi a Paixão de Cristo lá de Nova Jerusalém, em Pernambuco, em 2005, em que fiz o Pilatos e foi uma experiência maravilhosa também. E fiz uma outra produção em praça pública, que conta a história da fundação da cidade de São Vicente, no litoral de São Paulo, um teatro na areia da praia. Foram oito mil pessoas por dia, oito dias de espetáculo, eu chegava de caravela. Foi uma experiência incrível também.

Como está sua expectativa em relação ao espetáculo daqui? Você vê algo diferente em relação ao de Nova Jerusalém?

Pude observar a motivação das pessoas, que acho o mais importante, e é a mesma da que senti em Nova Jerusalém. A grande diferença do espetáculo daqui é o fato de ser gratuito e por ser um espetáculo financiado pelo governo. Acho que é maravilhoso e uma iniciativa de extrema importância para a população, principalmente as pessoas que costumam não ter acesso a esse tipo de espetáculo. Acho uma iniciativa fantástica da secretaria local que está investindo nisso e aproveito para parabenizar por essa iniciativa.

As pessoas necessitam de ter acesso á cultura, acesso a um espetáculo grandioso, principalmente um que conte a história mais bonita que a gente conhece no mundo. Mesmo que as pessoas já conheçam essa história, assistindo, elas vão poder se identificar, vibrar com ela.

É um espetáculo vibrante, a relação palco e plateia é muito íntima e viva, íntima no sentido de que qualquer coisa que você faça, você sente a resposta imediata, então essa troca de energia é motivadora. Então imagina para vinte mil pessoas, que é o público estimado diariamente para o evento, isso é maravilhoso.






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