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Quarta - 17 de Março de 2010 às 09:32
Por: Caroline Lanhi

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Dois municípios de Mato Grosso concentram 87% dos casos de leishmaniose visceral (LV). Foram 86 registros em 2009, sendo 55 confirmações da doença em Rondonópolis e 4 mortes. Em Cuiabá, segundo município mais afetado, foram 20 pessoas infectadas. Este ano, já são 9 notificações, entre eles 3 pacientes em tratamento na cidade do interior com maior índice e 1 diagnosticado na Capital.

Em relação à leishmaniose tegumentar americana (LTA) - menos perigosa que a LV-, 2009 fechou com 153 casos, 92,4% a menos que em 2008, quando foram 2.026 notificações. Em 2010 já são 4 casos sob investigação na Capital e 12 em Alta Floresta. A Secretaria de Estado de Saúde não recebeu nenhuma confirmação.

A infectologista Marcia Hueb enfatiza que a leishmaniose tegumentar e leishmaniose visceral são doenças diferentes. A LT é passada para o homem por meio de um vetor, um mosquito tipo flebotomíneo, que carrega o protozoário da Leishmania depois que pica algum animal silvestre contaminado.

Segundo Marcia, trata-se de uma doença infecciosa e não contagiosa que ataca pele e mucosas. Apesar de afetar animais domésticos, como cães, o reservatório principal da doença está em animais silvestres. "Quem é contaminado por essa leishmania é quem frequenta ou frequentou áreas de mata, pescando, caçando ou em outras atividades desse tipo".

Coordenadora do ambulatório referência em leishmaniose, no Hospital Universitário Júlio Müller, Marcia afirma que essa enfermidade não é fatal, mas pode ser a porta de entrada para doenças bacterianas.

Nos casos de leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, as preocupações são maiores, pois a doença pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos se não tratada a tempo. De acordo com a infectologista, a LV é provocada por outra espécie de flebotomíneo, que começou a se disseminar na área urbana na década de 80. Segundo Marcia, o fato da doença ter no cão o principal reservatório faz com que ela se prolifere mais em regiões urbanas periféricas. "Umidade, matéria orgânica em decomposição são condições propícias para o mosquito se reproduzir".

A LV afeta as vísceras, como o fígado e o baço, e compromete a medula óssea, podendo causar aumento de volume abdominal. De com o Ministério da Saúde, só em 2008 foram 3.328 registros no país.





Fonte: A Gazeta

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