Barack Obama cancelou missão da Nasa que previa volta ao satélite em 2020.
Não voltar à Lua será "catastrófico", diz ex-astronauta
Astronautas que já foram à Lua criticaram a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciada no mês passado, de cancelar as missões "Constellation" que promoveriam a volta ao satélite da Terra em 2020.
Em entrevista à BBC, Jim Lovell, o comandante da mal-fadada missão "Apollo 13" – que não conseguiu pousar na Lua por problemas técnicos – afirmou que a decisão de Obama vai ter "consequências catastróficas".
O último homem a pôr os pés na Lua, Eugene Cernan, classificou a decisão de "decepcionante".
As missões "Constellation" tinham sido aprovadas pelo ex-presidente George W. Bush, mas Obama decidiu cancelá-las por considerar o projeto caro demais, "atrasado e pouco inovador".
A agência espacial americana, a Nasa, já tinha investido US$ 9 bilhões no projeto (cerca de R$ 15 bilhões).
Mesmo com o cancelamento de "Constellation", a Nasa ainda pretende enviar astronautas à Lua, mas cada vez mais gente acha que isso jamais voltará a acontecer.
"Liderança moral"
O astronauta Eugene Cernan, que tocou a Lua com a Apollo 17 em 1972, disse que na época não pensou que fosse virar o último homem a pisar em solo lunar.
"Estou muito decepcionado por ainda ser o último homem na Lua. Pensei que fôssemos voltar lá muito antes", disse Cernan à BBC.
Para ele, a volta da Nasa ao satélite é uma responsabilidade para manter a liderança americano tanto na área tecnológica quanto moral.
Cernan diz se tratar de uma "busca por conhecimento". "A curiosidade é a essência da existência humana", disse à BBC.
Opinião parecida com a do comandante Jim Lovell, que considera que "as consequências não foram avaliadas" pelo governo.
"Pessoalmente, acho que as consequências sobre a nossa capacidade de explorar o espaço e sobre as vantagens que podemos obter por causa da tecnologia espacial vão ser catastróficas", disse Lovell.
Já o primeiro homem a ir à Lua, o célebre Neil Armstrong, que pousou com a Apollo 11 em julho de 1969, evitou críticas à decisão de Barack Obama.
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