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Mecanização reduz mão-de-obra na colheita do café conilon no Espírito Santo
Uma das principais dificuldades dos produtores rurais de café é a falta de mão-de-obra durante o período da colheita. Diante desse problema, há cerca de três anos, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em parceria com produtores e empresas ligadas à indústria de máquinas, têm realizado estudos para a adaptação de colheitadeiras mecânicas para as lavouras de café conilon do Estado do Espírito Santo. Nesta quinta-feira (25), ocorrerão os testes de dois sistemas de colheita mecânica em avaliação, que devem proporcionar uma economia de 70% na utilização de mão de obra.
A demonstração ocorrerá na Fazenda Unida, de propriedade da família Zanotti, localizada no distrito de Patrimônio do XV, no município de Nova Venécia. Os sistemas mecânicos denominados Recolhedeira e Supersafra serão apresentados aos produtores e a profissionais da área.
De acordo com o pesquisador do Incaper, José Antônio Lani, esses testes vão ao encontro da principal demanda dos produtores de café da região Norte do Estado. “Existe uma grande preocupação dos agricultores em conseguir garantir a colheita do café. Por meio desses sistemas mecânicos, será possível reduzir em até 80% a mão de obra, ou seja, em uma mesma área onde atualmente trabalham 100 pessoas, com a colheitadeira mecânica, serão necessárias em torno de 20, explicou Lani.
Essa medida também irá trazer economia para os produtores de café. Atualmente, cerca de 35% do preço de uma saca de café equivale a gastos com mão de obra”, disse Lani. Com o sistema mecânico, por exemplo, em uma lavoura que produz 90 sacas por hectare, é possível colher 90 sacos por hora.
Outro benefício advindo com a utilização da colheitadeira mecânica é a melhoria da qualidade do café. “Como o produtor fica preocupado com a falta de mão de obra, ele começa a colher o café antes de os grãos estarem maduros. Com o sistema mecânico, é possível colher em menos tempo e com maior percentual de grãos maduros, o que melhora a qualidade do produto”, explicou o pesquisador do Incaper.
Os testes dos sistemas mecânicos têm ocorrido em conjunto com os produtores rurais das famílias Zanotti e Lubiana, nos municípios de Nova Venécia e São Mateus. As colheitadeiras têm sido acompanhadas pelos profissionais do Incaper durante esse período e vêm sofrendo adaptações à realidade local. A perspectiva é de que, em breve, as colhedeiras possam ser adquiridas por cooperativas ou alugadas por tempo determinado a fim de que o produtor rural possa ter acesso.
No sistema Recolhedeira, os galhos com os grãos das plantas de café, comumente chamados de “saia”, são cortados e jogados sobre a área, entre as plantas. Após essa operação, uma máquina passa entre as linhas das plantas de café soprando os galhos com os grãos para o meio das “ruas”, amontoando-os nas entre linhas. Feito isso, uma máquina recolhedora passa sobre os galhos com os grãos de café, recolhendo-os, trilhando e transportando os grãos para um depósito que fica na parte superior da Recolhedeira. Com o depósito cheio, a recolhedora é deslocada até o carreador onde são descarregados os grãos, em carroças ou basculantes, que são transportados para os secadores.
No sistema Supersafra, a lavoura é implantada preferencialmente de forma adensada. Na propriedade onde está sendo testado, o espaçamento foi de 1,75m X 0,80m. No momento da colheita, as plantas são cortadas a 40cm de altura e jogadas sobre a área. Após essa operação, uma máquina trilhadeira é deslocada para a área e os trabalhadores vão jogando os ramos com os grãos de café na trilhadeira que separa os grãos dos galhos e os transporta para um depósito que fica na parte superior da máquina. Com o depósito cheio, a trilhadeira é deslocada para o carreador, onde descarrega para as carroças ou basculantes, que transportam os grãos para os secadores.
Fonte:
Canal do Produtor
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/14009/visualizar/
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