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Politica Brasil
Domingo - 07 de Março de 2010 às 08:42
Por: Mariane de Oliveira

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Diretórios estaduais de partidos políticos em Mato Grosso praticamente já fecharam as chapas para concorrer às eleições de outubro próximo, mas eles ainda não conseguiram atender à exigência legal de preencher 30% das vagas com candidaturas femininas, pela falta de líderes na política mato-grossense.

A dificuldade se encontra inclusive entre os partidos que historicamente estimulam a participação feminina na política e que tem elas como seus maiores representantes, como é o caso do PT, que tem em seus quadros a senadora Serys Marly, e do PSDB com a presidente estadual, a deputada federal Thelma de Oliveira.

"O PSDB ainda não conseguiu um número suficiente de mulheres para cobrir a cota. De fato é difícil cumprir a legislação nesse sentido, apesar de todos os nossos esforços", confirmou. Para ela, os partidos têm grande parcela de culpa, porque ao longo dos últimos anos não desenvolveram políticas para estimular a participação feminina.

Ontem, a deputada estava em São José dos Quatro Marcos em mais uma palestra para capacitar e formar líderes femininas. "Se não houver um forte estímulo do partido as mulheres não vão conseguir participar", analisou a deputada.

O presidente do PMDB em Mato Grosso, deputado federal Carlos Bezerra, também confirmou que seu partido ainda não preencheu a cota exigida pelo Tribunal Superior Eleitoral. "É complicado encontrar mulheres que militam na política, que estejam dispostas a disputar", lamentou.

O Democratas, que tem em seus quadros a ex-deputada federal Celcita Pinheiro, ainda está procurando candidatas, mas já comemora o fato de ter duas mulheres dispostas a disputar. "Vamos fazer coligações nas eleições proporcionais. Nossa chapa vai precisar de três mulheres. Nós já temos duas", informou o presidente do DEM, Oscar Soares.

De acordo com o presidente do PT, deputado federal Carlos Abicalil, seu partido estimula a participação feminina muito antes da exigência legal, o que agora reflete no maior número de candidatas femininas que em outros partidos. Ele disse ainda, por meio da assessoria de imprensa, que apoia a proposição da Câmara Federal, de reservar 30% dos cargos na Mesa Diretora para as mulheres.

A senadora petista Serys Marly atribui a dificuldade à tripla jornada à qual a mulher é submetida, sendo obrigada a cuidar da casa e dos filhos depois do trabalho. "Chega o final de semana e ela tem que lavar roupa, organizar a casa, ver como os filhos vão na escola. E acaba não tendo tempo de participar da vida na comunidade, de se dedicar a qualquer tipo de reunião política. E o homem não tem todas essas atribuições. Ele vai para as reuniões", explicou a senadora.

Devido a essa situação, através dos tempos, a sociedade convencionou que política era coisa de homem. E não é. "A mulher participa menos, mas não é por sua vontade, é devido às condições que estão estabelecidas", avaliou Serys.





Fonte: A Gazeta

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