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Ciência/Pesquisa
Domingo - 21 de Fevereiro de 2010 às 10:13

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O medo generalizado de aranhas, a aracnofobia, pode ser inato em humanos
O medo generalizado de aranhas, a aracnofobia, pode ser inato em humanos

Cientistas acreditam que o homem nasce com medo de aranhas, cobras e outras fobias saudáveis para aumentar a chance de sobrevivência na selva. A forma como esses medos inatos poderiam se desenvolver continua sendo um mistério, mas pesquisas realizadas na Universidade da Carolina do Sul podem trazer novas luzes à questão. Os pesquisadores comprovaram que os grilos podem nascer com medo de aranhas com base em experiências angustiantes passadas diretamente por suas mães. As informações são do Live Science.

Os pesquisadores colocaram grilos prenhes em tanques contendo uma aranha-lobo com as presas cobertas com cera para evitar que matassem os grilos. Após os grilos fêmea colocaram seus ovos, os pesquisadores compararam o comportamento da prole com a prole cujas mães não haviam sido expostos a aranhas. As diferenças foram dramáticas, segundo os cientistas.

Os grilos recém-nascidos cujas mães foram expostas a uma aranha foram 113 % mais propensos a procurar abrigo e permanecer lá. Eles também foram mais propensos a congelar quando encontraram aranha de seda - um comportamento que poderia impedi-los de ser detectado por uma aranha nas proximidades. Em geral, estes recém-nascidos tiveram melhores taxas de sobrevivência do que os outros grilos recém-nascidos, comidos pelas aranhas - lobo em prol da ciência.

De acordo com o pesquisador Jonathan Storm, da Universidade da Carolina do Sul, "os resultados do teste dos grilos sugerem que a transferência de informações da mãe à prole sobre o risco oferecido pelos predadores, na ausência de qualquer cuidado parental, pode ser mais comum do que se pensa". Grilos prenhes do seu meio natural, incluindo alguns dos habitats onde as aranhas-lobo são comuns e de outros lugares onde as aranhas são escassas, confirmou que o efeito não é limitado às situações de laboratório.

Storm e seu colega Steven Lima detalham seus resultados na publicação American Naturalist da Universidade do Estado de Indiana, EUA. Os cientistas não têm certeza de como o medo é transmitido, mas especulam que os eventos estressantes - como ataques de predadores - provocam a liberação de um hormônio na mãe que influencia o desenvolvimento do embrião.

Outras pesquisas já sugeriam também que o medo generalizado de cobras e aranhas (aracnofobia e ophidiophobia, respectivamente) pode ser inato em humanos. Um estudo realizado em 2008 por cientistas da Universidade da Califórnia, EUA, constatou que adultos e crianças poderiam detectar imagens de cobras ou aranhas, entre uma variedade de objetos não-ameaçadores mais rapidamente do que eles poderiam identificar sapos, flores ou lagartas. Um dos pesquisadores, o antropólogo Lynn Isbell, acredita que a origem do medo de cobras em humanos segue o mesmo caminho. Ele afirma que as cobras foram um dos primeiros predadores dos antigos primatas e que, inclusive, contribuíram para a evolução da visão relativamente boa - útil para detectá-las - que desfrutamos hoje.

 





Fonte: Terra

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