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Politica Brasil
Quinta - 18 de Fevereiro de 2010 às 19:26

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Depois de anunciar nesta quinta-feira que decidiu permanecer no governo do Distrito Federal por recomendação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador interino Paulo Octávio (DEM) recuou ao afirmar que o petista não lhe fez nenhuma sugestão sobre o seu futuro político. Em nota, Paulo Octávio afirma que, por falar de improviso, disse "inadvertidamente" que Lula teria lhe recomendado permanecer no governo do DF.

"O governo do Distrito Federal vem esclarecer que, durante seu discurso, nesta quinta-feira, no momento em que falava de improviso, o governador interino do DF, Paulo Octávio, disse, inadvertidamente, que o excelentíssimo senhor presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria "recomendado" que ele permanecesse no governo", diz a nota.

Segundo Paulo Octávio, em "nenhum momento o presidente fez qualquer sugestão, recomendação ou proferiu qualquer manifestação sobre sua permanência ou não no cargo". Na nota, Paulo Octávio diz ainda que, durante o encontro com o democrata, Lula "apenas manifestou sua preocupação com a questão institucional de Brasília".

As declarações de Paulo Octávio provocaram um mal-estar no Palácio do Planalto, que reagiu às suas declarações. Interlocutores do presidente Lula entraram em campo para negar que o presidente tenha aconselhado o governador a permanecer no cargo.

No pronunciamento em que anunciou sua decisão de ficar no comando do DF, Paulo Octávio disse que, apesar de estar com carta de renúncia pronta, Lula o teria aconselhado a esperar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a possível intervenção federal no DF antes de decidir renunciar ao governo.

Ministros que acompanharam a reunião de Lula com Paulo Octávio negaram que o presidente tenha feito essa recomendação. A Folha Online apurou que Lula ficou irritado com a declaração do governador.

No encontro, segundo fontes do Palácio do Planalto, Lula disse a Paulo Octávio para discutir a situação com os seus colegas de partido. "Essa é uma decisão de foro íntimo. Ouça os seus pares", disse Lula segundo relato de participantes da reunião.

Reação

Além de irritar o Palácio do Planalto, as declarações do governador também ecoaram no DEM, fazendo ganhar força no partido a tese de expulsão de Paulo Octávio dos seus quadros. "Ao dizer que acatou conselho de presidente Lula, Paulo Octávio praticamente assina sua ficha de desfiliação", disse o líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC).

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) prometeu apresentar pedido de abertura de processo de expulsão de Paulo Octávio na reunião do partido, que deve ocorrer na quarta-feira.

"Agora, temos mais motivos ainda. Se o Lula passa a endossar a permanência dele no cargo, temos mais motivos para ele ser expulso do partido. Se ele tem a solidariedade do Lula, maravilhoso. O Lula já se solidarizou com o mensalão do PT, agora mais um mensalão que ele se solidariza", disse Demóstenes em referência à suposta participação de Paulo Octávio no mensalão do DF.






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