Saiba mais detalhes do fiasco de Muricy Ramalho no Palmeiras

A direção do Palmeiras dedicou mais de um mês às negociações para realizar um sonho e fazer Muricy Ramalho pular o muro e trabalhar no Palestra Itália. Demitido após a goleada sofrida contra o São Caetano, Muricy encerra sua passagem no meio de crises internas do ponto de vista político, ainda que tenha se dedicado como nunca para tentar as vitórias que lhe faltaram em 34 jogos à frente do time.

Sempre crítico a treinadores que participam de negociações, Muricy se mostrou solidário às dificuldades do departamento de futebol, foi contra seus próprios príncipios e tentou convencer nomes como Edinho e Lincoln, entre outros, a se juntar ao Palmeiras.

Se dizendo parceiro do clube, Muricy virou um outdoor ambulante: para vestir o técnico, a Unimed Seguros pagou R$ 1,3 milhão ao Palmeiras, que não repassou um centavo da quantia ao garoto-propaganda.

Apesar da quantia arrecadada, o Palmeiras foi o clube que menos contratou entre os grandes paulistas. Muricy perdeu Vagner Love e exigiu nomes para o meio e para o ataque, mas precisou se virar com garotos das categorias de base. Os más resultados do fim de ano provocaram um corte de 30% na folha salarial do time.

Acostumado a receber muitos jogadores da Traffic, o Palmeiras também viu estremecer a relação com a empresa. Se em 2009 era mais de um time de atletas do fundo de investimento, Muricy cai com apenas quatro nomes da parceira no elenco: Diego Souza, Cleiton Xavier, Lenny e o esquecido Marquinhos.

A falta de reforços só aumentou a insatisfação entre o treinador e o departamento de futebol. Na avaliação de alguns membros influentes da cúpula palmeirense, inclusive o vice Gilberto Cipullo, Muricy deveria ter sido demitido já quando perdeu o título brasileiro e a vaga na Copa Libertadores ao fim do Campeonato Brasileiro de 2009.