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Politica Brasil
Quarta - 17 de Fevereiro de 2010 às 20:57

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Pela segunda vez, o Palácio do Planalto evitou dar uma resposta ao pedido do governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), para se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Interlocutores do presidente sustentam que a Presidência só deve decidir se haverá a reunião depois que a Executiva nacional do DEM definir o futuro político de Paulo Octavio que deve se tornar alvo de um processo interno de expulsão.

A avaliação dos assessores do presidente é que o encontro poderia influenciar na decisão do DEM, uma vez que poderia servir de argumento favorável a manutenção de Paulo Octavio no cargo. Líderes do DEM afirmam que se Paulo Octávio conquistar o apoio de Lula, a tese da expulsão se enfraquece --assim como a possibilidade de uma intervenção federal.

A Executiva do DEM deve decidir na próxima terça-feira sobre a permanência do governador interino no partido. Ele é citado no inquérito do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que investiga o suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina que envolve o governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido).

Paulo Octavio pediu o encontro na sexta-feira, um dia após a prisão de Arruda. Ele inclusive se dispôs a fazer a reunião no aeroporto de Brasília, onde o presidente voltava de viagem a Goiânia. No entanto, o encontro não aconteceu por falta de espaço na agenda. Hoje, Paulo Octavio reforçou o pedido, mas não teve uma resposta. Oficialmente, assessores afirmam que reuniões como esta demoram para serem marcadas.

O governador interino nesta quarta-feira à Folha Online que pretende pedir apoio ao presidente Lula para continuar governando. Paulo Octavio disse que pretende se "colocar como um fator facilitador" para administrar a crise local. "[No encontro com Lula] Vou me colocar como um facilitador. Não sou obstáculo a nada", disse.

Paulo Octavio afirmou que se preocupa com a possibilidade de uma intervenção federal defendida pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "A intervenção é sempre uma agressão ao regime democrático, mas decisão da Justiça se cumpre", afirmou.

O governador interino não descartou renunciar ao cargo. Paulo Octavio disse que a decisão vai depender de conversas com partidos e políticos da cidade. A ideia é fazer um governo de coalizão. Na tentativa de se desvencilhar de Arruda e aconselhado por aliados, Paulo Octávio pediu que os secretários coloquem os cargos a disposição.

"Essa é uma questão de foro intimo. Eu ainda preciso avaliar a governabilidade, conversar com partidos, com políticos. Eu ainda não tenho essa certeza de que é possível governar. Brasília ainda está retomando o ritmo", disse.

Segundo reportagem da Folha publicada ontem, entre os dirigentes do partido, a intervenção no diretório da sigla em Brasília é dada como certa, mas a expulsão do governador ainda é dúvida. Vai depender dos apoios que ele conseguir atrair --deverá se reunir com Lula-- e do destino que a Câmara Legislativa dará aos pedidos de impeachment contra ele.

Arruda também enfrenta três pedidos semelhantes, que serão colocados sob análise da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara Legislativa amanhã. A análise é vista como uma forma de tentar forçar a renúncia de Arruda.






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