Foi comparado desempenho de jovens que faziam esportes e sedentários. Resultado mostrou vínculo entre exercícios físicos e atividade cerebral.
Fazer esporte melhora o aprendizado, diz pesquisa
Milhares de estudantes enfrentam o vestibular e esperam ansiosos pelo resultado. Segundo um estudo, esse drama é menor entre os jovens que praticam esporte.
Como muitos jovens brasileiros, o estudante Guilherme Correia, de 19 anos, começou em 2010 debruçado em livros. São em média sete horas de estudos todos os dias. Tamanho esforço é para passar no Vestibular de Engenharia Mecânica.
“O curso é bem concorrido, tem que estudar muito”, conta Guilherme.
Esse processo de preparação conta com um aliado: o esporte.Foi durante as aulas de karatê e as corridas diárias que Guilherme percebeu que sua cabeça funcionava melhor.
“Quando eu fazia atividade física eu fazia um monte de exercício, tinha garra de estudar. Quando eu parava meu desempenho era menor. Eu me distraía”, observou o estudante.
O que Guilherme imagina ser uma sensação acaba de ser comprovada pela ciência. É o que mostra um estudo da universidade de Gotemburgo, na Suécia. Um milhão e 200 mil jovens foram avaliados em testes esportivos e também em provas de QI.
Os resultados foram reveladores. A pesquisa mostrou que existe um vínculo bem claro entre exercício físico e atividade cerebral. Os jovens que praticam esporte apresentaram desempenho muito melhor de raciocínio, aprendizado e memória em relação ao grupo dos sedentários.
“Quando você faz atividade física, você tem aumento de fluxo sanguíneo para uma área do cérebro chamada hipocampo, que está relacionada com a memória e com o aprendizado”, explicou Ricardo Arida, do Departamento de Fisiologia da Unifesp.
Ainda não é possível dizer qual esporte tem mais impacto na performance da mente. Mas, para os pesquisadores, o estudo deixa um recado bem claro.
“Toda a atividade física traz esse benefício como um todo. É mais um motivo para as pessoas se exercitarem de forma rotineira”, destacou o neurologista da Unicamp Fernando Cendes.
Comentários