Países responsáveis por 78% das emissões reafirmam metas de redução
O secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, anunciou, nesta segunda-feira, que 55 países - responsáveis por 78% das emissões globais de gases do efeito estufa – confirmaram as metas de redução nacionais dentro do prazo estabelecido pelo Acordo de Copenhague.
O acordo, aprovado sem unanimidade em uma conferência organizada pela ONU na capital dinamarquesa em dezembro, previa que os países enviassem até 31 de janeiro dados relativos a quanto cada um pretende cortar nas emissões de gases.
Segundo Boer, a confirmação das metas de redução entregues pelas 55 nações representa “um importante fortalecimento das discussões da ONU sobre o clima”.
“Eu vejo essas propostas como sinais claros da disposição para levar as negociações adiante, rumo a uma conclusão de sucesso”, afirmou.
Mas o secretário afirmou que “será preciso mais ambição para se lidar com as dimensões do problema”.
Entre os países que reafirmaram os planos de redução estão grandes poluentes, como China e Estados Unidos, que reiteraram as metas já anunciadas durante a reunião de dezembro.
Acordo
Apesar de contemplar uma carta de intenções com planos nacionais para cortes de emissões, o Acordo de Copenhague foi bastante criticado e tido como uma “decepção”, uma vez que não estabelece limites à poluição e indica apenas que os países concordam que a temperatura do planeta não pode subir mais de 2ºC até 2020.
Ele prevê ações para a manutenção do aumento da temperatura global a 2ºC. Por outro lado, o acordo não prevê qualquer redução de emissões dos gases que provocam o efeito estufa para que isso seja possível.
Após o anúncio com o resultado final da adesão ao Acordo, confirmado nesta segunda-feira, Janos Pasztor, principal conselheiro do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, para assuntos climáticos, disse que mesmo com o cumprimento dos planos de redução, será difícil prevenir que as temperaturas subam apenas até a 2ºC – meta prevista em Copenhague.
Apesar das críticas sobre a falta de um acordo de efeito vinculativo, o documento prevê a criação de um fundo emergencial de US$ 30 bilhões pelos próximos três anos, para ajudar países pobres a combater causas e efeitos das mudanças do clima; além de angariar fundos para financiamentos de longo prazo de até US$ 100 bilhões até 2020.
No entanto, por ter sido fruto de um encontro entre os Estados Unidos e os chamados países BASIC – Brasil, África do Sul, Índia e China –, o acordo não foi reconhecido por representantes de diversas nações, como Sudão, Bolívia, Venezuela, Nicarágua e outras.
Segundo o analista da BBC para assuntos ambientais Matt McGrath, o acordo é fraco e não inclui metas claras sobre o corte de emissões.
Mas, segundo ele, esta é a primeira vez que a ONU terá um documento com promessas de ações.
A próxima Conferência sobre o Clima será realizada em Cancun, no México, em Dezembro.
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