Justiça mantém Prudente afastado da Câmara-DF
O presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), Níveo Gonçalves, rejeitou, no final da tarde de ontem, recurso da Procuradoria da Câmara Legislativa que pedia a manutenção do deputado Leonardo Prudente (sem partido) na presidência da Casa. Prudente é um dos acusados de envolvimento em esquema de corrupção que, segundo inquérito comandado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), teria como chefe o governador José Roberto Arruda (sem partido).
Na segunda-feira, o juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara de Fazenda do TJ-DF, afastou Prudente da presidência da Câmara pelo tempo que durarem as investigações sobre o esquema de corrupção. Nem a Câmara Legislativa nem o deputado Leonardo Prudente haviam sido informados oficialmente da decisão do juiz Ciarlini quando a procuradoria da Casa recorreu. Prudente é o deputado flagrado, em vídeo anexado ao inquérito da Operação Caixa de Pandora, guardando nos bolsos e nas meias maços de dinheiro supostamente do esquema. Além dele, nove deputados distritais (sendo dois suplentes atualmente fora do cargo) são citados no inquérito como beneficiados por propinas.
O juíz Álvaro Ciarlini afastou Prudente da presidência da Câmara ao julgar ação movida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). A central alega que Leonardo Prudente, na condição de investigado, não tem condições morais de comandar a Câmara Legislativa enquanto estiverem em andamento a CPI da Corrupção e a análise dos pedidos de impeachment do governador. Pressionado pelo DEM, Prudente se desfiliou do partido em dezembro e pediu licença por 60 dias da presidência da Câmara. Sem legenda, ele não poderá se candidatar em outubro. Porém, menos depois de um mês após entrar em licença, Prudente mandou publicar no Diário Oficial ato sobre seu retorno, sem comunicar aos demais deputados distritais. Os deputados de oposição dizem acreditar que a volta de Prudente foi armada com o governador.
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