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Politica Brasil
Segunda - 18 de Janeiro de 2010 às 03:35
Por: Mariane de Oliveira

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Há denúncias contra ações do MST, que podem ser usadas para apurar possíveis irregularidades com governo
Há denúncias contra ações do MST, que podem ser usadas para apurar possíveis irregularidades com governo

Embora já tenha recebido mais de 70 requerimentos, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do MST, criada para apurar irregularidades em convênios entre o governo federal e entidades ligadas ao Movimento dos Sem Terra, corre o risco de definhar antes mesmo de produzir os primeiros efeitos desejados pela sociedade. A CPMI, da qual fazem parte os senadores mato-grossenses Gilberto Goellner (DEM) e Serys Marly (PT), além do deputado federal Homero Pereira (PR), dá início aos trabalhos no próximo dia 3 de fevereiro, a quatro meses antes do início da campanha eleitoral. Além do curto tempo para apurar as denúncias, a Comissão é composta por 14 parlamentares de partidos que dão sustentação ao governo e dez ruralistas de oposição, o que deve acirrar o embate ideológico conforme se aproximam as eleições gerais. Os dois principais cargos (presidência e relatoria) estão nas mãos dos governistas.

"É um ano difícil de fazer uma CPI, pela proximidade das eleições, quando as divergências ficam mais evidentes e o clima fica mais esquentado entre a situação e a bancada ruralista", opinou a senadora Serys Marly.

Para ela, o ano eleitoral vai prejudicar o andamento dos trabalhos. "A gente vai ficar assoberbado a partir de 1º de julho, quando começa a campanha. Eu não sei se ela vai paralisar os trabalhos, ou se vai encerrar. Mas durante os três meses de campanha é impossível funcionar uma CPI""

O senador Gilberto Goellner, membro da bancada ruralista, concorda com a senadora Serys, mas ressalta que vai lutar para trazer a público os "crimes cometidos pelo MST e os desvios de recursos no governo federal para abastecer o movimento com dinheiro público".

Decreto - - A primeira providência do senador Gilberto Goellner, no dia 3 de fevereiro, será levar para discussão na CPI do MST o decreto assinado pelo presidente Lula no dia 21 de dezembro, que trata do Programa Nacional dos Direitos Humanos.

Segundo Goellner, o decreto traz embutido nos anexos texto que contraria os direitos garantidos pelo Artigo 5º da Constituição Federal, e tira do Poder Judiciário a prerrogativa de decidir questões relativas a invasões de terra. "Esse decreto é uma aberração, ele incentiva o MST a cometer mais crimes, a não respeitar a propriedade privada", destacou.

O senador vai visitar o Ministério Público Federal para colher documentos e informações, a fim de subsidiar os colegas da bancada ruralista. "O Ministério Público tem dezenas de denúncias. Vou levar tudo para a CPI, vamos investigar e mostrar tudo isso para a opinião pública".

De acordo com Goellner, a tropa de choque do governo Lula vai tentar prejudicar as investigações da CPI do MST, assim como aconteceu com a CPI da Petrobrás e outras comissões que foram instaladas para investigar o governo federal. "O governo Lula não quer passar Brasília a limpo".





Fonte: A Gazeta

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