Preço da soja na bolsa apresenta recuo

O bushel de soja (equivalente 27,215 quilos do grão) negociado no mercado futuro registra desvalorização de 6,3% em pouco mais de uma semana. O preço praticado na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (14) estavam em US$ 9,83, ante os US$ 10,50 registrados na quinta-feira passada (7), ambos para essa mesma quantidade e com entrega programada para este mês. Esse valor apresenta uma leve melhora em relação à cotação do dia anterior, que foi de US$ 8,69. Entre os motivos para a retração no valor do produto e para as oscilações está a "expectativa de supersafra" do grão para a temporada 2009/2010.

O acompanhamento de preços é feito pela SojaNet, que diariamente divulga os valores praticados na bolsa, para o grão a ser entregue em diferentes meses. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, afirma que o setor está temeroso com "as notícias de que o Estado terá uma supersafra". Ele diz que com a perspectiva de que as lavouras terão uma boa produtividade e consequentemente produção maior, os preços estão reduzindo o que traduz uma antecipação do mercado, já que muita coisa ainda pode acontecer.

"Estamos presenciando dias chuvosos no Estado e isso pode atrapalhar o desenvolvimento das plantas. Sem contar que esse clima também favorece a proliferação da ferrugem asiática na plantação, o que traz a possibilidade de uma redução no volume produzido, contrariando as expectativas iniciais". O presidente da Famato complementa ainda que o produtor tem de prestar muita atenção na lavoura nesse momento para reduzir as possibilidades de perdas.

Já o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, complementa que o recuo nos preços praticados na comercialização futura tem contribuição dos relatórios de safra divulgados recentemente. Ele diz que a perspectiva de safra cheia no Brasil e na Argentina faz com que os mercados interpretem que haverá mais produto disponível, o que acarreta na diminuição dos preços. "Essa oscilação é normal, principalmente porque iniciamos a colheita da soja precoce".

Silveira acrescenta que ainda é cedo para fazer alguma afirmação precisa sobre a comercialização dessa safra, já que apenas 2% da safra foi colhida, e as variedades que foram cultivadas com soja de ciclo médio e tardio ainda têm um longo caminho até a colheita.