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Politica Brasil
Quarta - 13 de Janeiro de 2010 às 08:19
Por: Rosa Costa

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Uma semana depois de divulgar nota para explicar os R$ 87,6 milhões gastos com horas extras no Senado em 2009, a diretoria-geral da Casa mostrou que nem ela mesma levou as explicações a sério. Ontem anunciou que, a partir do mês que vem, os servidores efetivos e comissionados terão de utilizar o ponto eletrônico para marcar o horário de entrada e saída no Senado. O ponto até agora é feito mediante a assinatura num livro e como não há controle nos órgãos, o servidor pode assinar na sexta-feira pelos dias anteriores da semana, mesmo sem ter dado expediente.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), prometeu instalar ponto eletrônico em março do ano passado, como uma das providências ditas moralizadoras da sua terceira gestão no cargo Mas, quase um ano depois, o assunto só ressuscitou depois de divulgada a informação sobre os R$ 3,7 milhões de horas extras pagos a mais em 2009 em relação ao ano anterior. O valor chama a atenção pelo fato da Casa ter reduzido de 4.227 para 2.763 o número de servidores autorizados a estender a jornada.

Até agora, só a marcação das horas extras ocorre por meio eletrônico, mas há denúncias de fraude por parte de servidores que passariam a senha para colegas registrarem seus horários de trabalho. O ponto eletrônico não impedirá a irregularidade, mas vai dificultar, já que exigirá o uso da senha individual mais vezes. Para se ter uma ideia dos gastos do Senado nessa área, basta lembrar que os gastos na Câmara, com 15 mil servidores -cinco mil a mais do que o Senado - e tendo de atender a 513 parlamentares, e não apenas a 81 senadores - foi de R$ 44,4 milhões em horas extras no ano passado. Ou seja, R$ 43,2 milhões a menos do que a Casa que passou todo o ano de 2009 anunciando "medidas moralizadoras".





Fonte: AE

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