Indios de 20 etnias diferentes estão em Brasília para protestar contra decisão do governo
Cerca de 60% dos postos da Fundação Nacional do Índio (Funai) foram desativados em Mato Grosso e indígenas do Estado estão em Brasília, participando de uma manifestação que pede explicações do governo Federal. A extinção dos postos é uma determinação da Presidência da República e faz parte da reestruturação do órgão. Antes eram 15 postos no Estado e agora apenas 6.
O prédio da Funai foi ocupado por 500 índios de 20 etnias diferentes, entre elas Tabajara, Xucurú, Fulni-ô, Atikum, Carajás, Xavantes, Kaiapó, Cambiwá e Terena. Eles impediram os servidores de entrar. Não houve expediente ontem e os manifestantes argumentam que ficarão no espaço até que um representante da Presidência faça uma reunião com líderes do grupo.
Um dos coordenadores da organização não governamental Operação Amazônia Nativa (Opan), Ivar Luiz Busatto, explica que a ocupação não é reflexo da reestruturação e sim da falta de credibilidade do órgão nas aldeias. Segundo ele, a Funai tem poucos funcionários e recursos, o que dificulta ações efetivas.
A retirada de funções do órgão, como a saúde e educação, também ajudam a enfraquecer o diálogo entre índios e técnicos. Outro problema, descrito pelo coordenador, é a dificuldade em se fazer a regularização fundiária. Ele conta que no ano passado nenhuma terra indígena foi homologada. Os índios querem ainda mais assistência médica, educacional e cultural.
Outro lado - O administrador da Funai em Cuiabá, Benedito Araújo, assegura que o protesto aconteceu por falta de comunicação. Ele relata que os postos receberão o nome de coordenações locais, além de perderem a autorização para comprar e pagar serviços e produtos. Agora, os imóveis serão lotados de técnicos que vão fazer o acompanhamento das comunidade. As transações comerciais serão realizadas nas Regionais, que terão reforço no número de servidores. Benedito afirma que novos profissionais serão contratados.
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