Novo estudo questiona eficácia de antidepressivos
O antidepressivo é o medicamento mais receitado nos Estados Unidos, mas um estudo publicado nesta quarta-feira questiona sua eficácia com os pacientes que sofrem de casos mais leves de depressão. Os autores da pesquisa, publicada na revista Journal of the American Medical Association, estudaram os dados de seis análises clínicas com 718 pacientes, que tomaram aleatoriamente antidepressivos ou placebo.
Os antidepressivos foram mais eficazes que o placebo só para os pacientes com depressão aguda, que representavam 40% do total. Robert DeRubeis, psicólogo da Universidade da Pensilvânia e co-autor do relatório, lembra no estudo que os casos muito graves representam menos de 30% das pessoas que procuram tratamento. Em declarações ao jornal The Washington Post, o psicólogo diz que é preciso "tomar nota e perguntar sobre os custos e os benefícios" dos antidepressivos.
O especialista assinala que os resultados do estudo deveriam ser levados em conta pelos médicos na hora de receitar antidepressivos nos casos mais leves, moderados e até nos mais sérios. Em vez isso, segundo DeRubeis, os médicos deveriam considerar alternativas que não envolvam remédios como o exercício e a psicoterapia.
Karein Riley, porta-voz da Agência de Alimentos e Remédios (FDA), indicou hoje em comunicado que a análise é "útil". Um estudo mais amplo publicado em fevereiro de 2008 havia alcançado conclusões similares às do divulgado hoje. Nesse estudo, os pesquisadores utilizaram dados de todas as análises clínicas entregues à FDA para a obtenção de licenças para medicamentos como Prozac, Effexor e Paxil.
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