Riscos de propaganda antecipada é uma preocupação
O secretário- executivo da CGU, Luiz Navarro, diz que o aumento de recursos para a promoção de eventos "avulta aos olhos" e que, desde 2008, tem sido alvo da preocupação dos ministérios do Planejamento e do próprio Turismo. "Um evento é muito atrativo do ponto de vista político, é simpático ao eleitor. Mas o risco em ano de eleição é o uso das festas como propaganda antecipada com dinheiro público, sem falar da possibilidade de desvio de recursos para o caixa dois", adverte Navarro.
Em meio à fiscalização, a CGU identificou casos de superfaturamento, desvios e até de festas fantasmas ainda sob investigação da Polícia Federal e Ministério Público. Além do fato do cachê não ser tabelado, um artista não cobra o mesmo preço para se apresentar em todos os locais, até por conta de patrocinios.
A estrutura dos shows também não é padronizada e os custos da montagem de um palco e do sistema de iluminação variam muito de um espetáculo para o outro. E mesmo com o cuidado de exigir fotografias comprovando a realização de shows, assim como cópia do anúncio do evento ou de matérias publicadas sobre sua realização pela imprensa local, a CGU já identificou caso de fraude com fotomontagens para comprovar a realização de um show que acabou entrando para a lista de "eventos fantasma", que não aconteceram.
O que motivou o veto aos gastos com propagandas foi o resultado de uma fiscalização por sorteio, no município mineiro de Divino das Laranjeiras. A prestação de contas à CGU incluiu 60 mil panfletos, 6 mil cartazes e 8 outdoors para promover a 6ª Festa do Divinense Ausente. Tudo certo, não fosse o tamanho da população da cidade, de apenas 4.934 habitantes.
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