Parlamentares ‘investiram’ em ‘incursões’ ao interior
A prestação de contas dos parlamentares mato-grossenses revela números que, no mínimo, despertam curiosidade. Nos últimos seis meses, se intensificaram as viagens ao interior do Estado. Além de combustível e locomoção, os maiores gastos foram com locação de veículos e fretamento de aeronaves. Considerando que quase todos os deputados federais de Mato Grosso tentarão reeleição ou pleitearão outro cargo em 2010, pode-se concluir que os parlamentares aproveitaram o final do ano para fortalecer o mandato nos municípios do interior.
Neste último mês de 2009, por exemplo, os deputados Eliene Lima (PP) e Homero Pereira (PR) aproveitaram para realizar viagens. No último dia 15, uma semana antes do recesso parlamentar, Eliene Lima apresentou nota de uma empresa de turismo no valor de R$ 24.498,00 referentes a viagem a dez municípios de Mato Grosso. No mesmo mês, Homero Pereira gastou o equivalente a R$ 23.700 em viagens ao interior.
O deputado Valtenir Pereira (PSB) gastou, de agosto a novembro, R$ 54.960 em locação de aeronave para viagens ao interior. No mesmo período, Carlos Abicalil (PT) gastou mais de R$ 25 mil em locação de veículos automotores ou fretamento de embarcações, conforme consta nos gastos mensais. De abril a dezembro, Carlos Bezerra (PMDB) gastou aproximadamente R$ 49.440 em locação de veículos ou fretamento de embarcações ou aeronaves. A maioria para viagens ao interior.
O reembolso para gastos com combustível, que é limitado a 30% de toda a verba, ou seja, a R$ 4.500, também chama atenção na prestação de contas dos parlamentares. O valor aparece “redondo” na prestação de contas de quase todos os parlamentares. De janeiro a dezembro, o valor aparece nos gastos da deputada Thelma de Oliveira em uma única nota fiscal. Durante dez meses, este foi o gasto de Pedro Henry. Em oito dos doze meses, o valor consta na planilha do deputado Eliene. Carlos Bezerra também consumiu o valor máximo em quatro meses.
A explicação para o gasto exato, segundo a assessoria de imprensa da Câmara Federal, é de que “geralmente os parlamentares excedem o limite”. Nesse caso, a Câmara paga somente o preestabelecido e o excedente fica a cargo do parlamentar. (JC)
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