Opositores de Maggi lideram disputa ao Governo; Silval "patina"

Principais críticos do governo Blairo Maggi, o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, do PSDB, e o senador licenciado Jayme Campos, dos Democratas, lideram as pesquisas de intenção de votos para o Governo do Estado, na eleição de 2010. Santos, segundo o instiuto Vox Populi, tem 21% da preferência, enquanto Jayme Campos está com 20%. Um empate técnico no quadro estimulado, pela margem de erro, mas que pode ter efeitos ainda mais profundos, já que Democratas e tucanos fecharam acordo para uma aliança eleitoral no ano que vem, independente de quem seja o candidato escolhido.

A pesquisa mostra, em verdade, que tanto Wilson Santos com Jayme Campos terão uma missão árdua, caso realmente levem adiante o acordo político: convencer seus respectivos eleitores de que a aliança pode muito bem prosperar. Mesmo que PSDB e DEM sejam opositores do presidente Lula e trabalhem articulado em vários estados, em Mato Grosso a situação é diferente: são historicamente adversários. Em fevereiro, eles prometem decidir quem será o candidato da aliança.

Em princípio, a definição está prevista através de um conjunto de pesquisas eleitorais e políticas. Mas, no empate técnico que vem predominando já há algumas investigações extemporâneas, é possível que tenham que recorrer a outros critérios. Ou, diante do quadro, não se pode estranhar a possibilidade de cada um jogar suas próprias fichas na sucessão, alinhando um entendimento para eventual segundo turno. Articulistas políticos acham que num cenário de igualdade, ninguém vai querer abrir mão. Uma quebra no acordo é visto como um ato “um pouco mais distante”.

Neste momento, tanto Wilson como Jayme fazem pré-campanha. Campos percorre todo o Estado em busca de aliados novos e cobrando apoio dos antigos participantes do seu Governo. Inclusive está licenciado do cargo de senador. Santos, por sua vez, vai com o PSDB levando sua mensagem política.

A pesquisa do Vox Populi, publicada pelo jornal “Diário de Cuiabá”, traz ainda uma revelação. Duas e duras revelações. A primeira: Maggi, cujo Governo tem enorme popularidade, não consegue transferir votos para seu candidato oficial, Silval Barbosa, do PMDB, atual vice-governador, aparece com 10%. Isto é, muito longe da dupla Jayme-Wilson. Mesmo manobrando o Governo e obtendo de Maggi todo o espaço possível para consolidar seu nome perante o eleitorado. Silval aparece empatado com o deputado federal Carlos Abicalil, do PT, cujo nome só é defendido como candidato ao Governo por petistas mais renitentes ao acordo com o Governo de Maggi.

Abicalil nunca abriu a boca para dizer que poderia disputar o cargo de Executivo, mas seu percentual, numa leitura matemática, pode, em tese, ajudar Silval Barbosa a parar de patinar. No caso, ajudar no papel de transferir intenções de votos pessoais para o peemedebista – o que indicaria uma possibilidade de avançar e aglutinar mais forças.

De acordo com a pesquisa, em quinto lugar surge o empresário Mauro Mendes (PSB), lembrado por 7% dos eleitores. O deputado estadual e presidente da Assembleia José Riva (PP) computa 6% das citações. O também deputado Otaviano Pivetta (PDT) conta com 2% das intenções, seguido do juiz Julier Sebastião da Silva, que não é filiado a partido algum, com 1%. O diretor-geral do Dnit Luiz Antônio Pagot também tem 1%. O contingente que disse não votar em nenhum dos nomes, em branco ou nulo chega a 4%. Outros 18% não souberam ou não responderam.

A pesquisa foi realizada entre os dias 9 e 12 de dezembro.