Candidatura de Mendes a governador depende de Valtenir
Como o deputado estreitou a relação política com o vice-governador Silval Barbosa, pré-candidato do PMDB ao Paiaguás, aliados de Mendes temem que o projeto próprio, dentro da tese de construção de uma terceira via, venha a ser enterrado. Nove partidos (PSB, PPS, PDT, PRTB, PV, PRB, PMN, PSC e PC do B) ensaiam composição do bloco e todos agora estão nas mãos de Valtenir. Se o PSB fechar coligação com o grupo governista, que aglutina PMDB, PR e PT, a chamada terceira será desmontada. Caso opte por fechar composição com a corrente que reúne PSDB, DEM e PTB, onde estão os pré-candidatos a governador Wilson Santos e Jayme Campos, o movimento dos nove também não se sustentará.
O que mais motiva Valtenir a procurar novas composições é seu projeto à reeleição e às demais candidaturas proporcionais. Olhando para o próprio umbigo, ele tem comentado que os nove partidos que defendem candidatura de Mendes a governador não terão capilaridade e condições de eleger um deputado federal, o que colocaria em risco sua recandidatura. Já se o seu PSB aderir à ala situacionista ou o grupo de oposição, a chance de eleger estaduais e federais seria maior.
Essas discussões internas, apesar de não reveladas publicamente, têm tirado o sono de Valtenir e Mendes. Cada um puxa para um lado. Valtenir se articula nos bastidores como nunca. Quando pensam que vão derrubá-lo, ele conseguir dar a volta por cima. Foi assim no PT, quando, ainda vereador por Cuiabá, se viu acuado. Decidiu, então, migrar para o PSB. Aos poucos, conseguiu excluir do partido aliados de lideranças de outras legendas, como Teodoro Lopes, o Dóia, presidente do Detran e espécie de porta-voz do deputado Mauro Savi, e simpatizantes do deputado federal Eliene Lima. Tanto Savi quanto Eliene eram do PSB. Eles saíram, mas deixaram aliados na legenda socialista. Para não correr risco de perder o trono em meio às conspirações, Valtenir conseguiu expulsá-los. Agora, sua "parada" é com Mendes.
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