Exportações do Estado caem pelo quinto mês consecutivo

Mato Grosso contabilizou no mês de novembro mais um recuo na receita das exportações. A queda em comparação ao realizado em outubro é de 26,74%, já que as vendas passaram de US$ 607,96 milhões para US$ 445,40 em novembro. Este resultado dá ao Estado o segundo pior desempenho no ano, atrás somente do volume negociado em fevereiro, de US$ 369,25.

No acumulado de 2009 as exportações somam - de janeiro a novembro – US$ 7,91 bilhões, ou, 1,26% acima do realizado nos doze meses de 2008. Esta variação positiva é resultado do bom desempenho verificado até o início do segundo semestre.

A retração na comparação mensal vem sendo registrada desde julho, período, a partir do qual, a perda de ritmo é esperada em função da entressafra local. Com o desempenho de novembro, as exportações mato-grossenses registram a quinta queda consecutiva.

Numa análise anual as vendas registram queda também. Em novembro de 2008, a pauta somou US$ 515,93 milhões, que se comparado ao montante do mês passado revela queda de 13,67%.

Como afirmou há alguns dias o secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, as exportações não apenas reduzirão o ritmo nesta reta final de 2009 – último bimestre – como revelam perspectivas para um 2010 diferente do que foram os doze meses deste ano. “O apetite internacional deve mudar, frear o ritmo”.

Durante todo este ano, apesar de as principais economias mundiais consumidoras dos produtos mato-grossenses, ainda sentirem os efeitos da crise mundial, houve forte demanda por produtos in natura, como o grão de soja, mais barato em relação ao óleo de soja e ao farelo, subprodutos com valor agregado. A opção pelo grão, fez recordes no primeiro semestre. A pauta, por exemplo, ultrapassou US$ 1 bilhão em vendas no mês de junho, cifras inéditas para o histórico estadual. A evolução estadual só não foi maior e nem será ao fim de 2009 por conta da valorização do real em detrimento do dólar, este último balizador das negociações internacionais. Para se ter uma idéia, a desvalorização do dólar passa de 25% neste ano, em relação às cotações médias em 2008.

MUNICÍPIOS – Depois de perder a liderança pela primeira vez no início deste ano, Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá), ratifica a posição de maior exportador mato-grossense e acumula de janeiro a novembro US$ 876,36 milhões em negócios.

A predileção do mercado pelo grão, produto mais barato em relação aos industrializados óleo e farelo, deixa cicatrizes na evolução do município que é um dos maiores pólos industriais do Estado. A mudança no comportamento fez a receita encolher se comparada aos resultados de 2008. Neste mesmo período, Rondonópolis acumulava US$ 1,02 bilhão em vendas. A queda anual é de 14,61%.

Aproveitando o comportamento do mercado está a agrícola Sapezal (460 quilômetros ao noroeste de Cuiabá) que viu suas exportações saltarem 41,35% em pelo pós-crise mundial. A cidade que foi líder em exportações no primeiro bimestre de 2009, se mantém em segundo lugar com vendas de US$ 575,47 milhões, contra US$ 337,50 milhões em igual período do ano passado.

No ranking nacional dos 100 maiores exportadores nacionais, Mato Grosso tem sete representantes: Rondonópolis (34°), Sapezal (48°), Sorriso (69° com US$ 430,19 milhões), Cuiabá (71° com US$ 419,25 milhões), Nova Mutum (77° com US$ 392,34), Campo Novo do Parecis (79° com US$ 372,55 milhões) e Lucas do Rio Verde (80° com US$ 367,12 milhões).