Dilma erra e coloca Maggi como governador de MS
Considerado uma das estrelas da claque política brasileira que esta participando da United Nations Climate Change Conference in Copenhagen, a COP-15, o governador Blairo Maggi não foi feliz no seu primeiro dia. A exposição que ele fez no espaço do ICLEI, Governos Locais pela Sustentabilidade, sofreu um atraso considerável. Blairo Maggi, mesmo credenciado, aguardou na fila a sua hora de entrar no recinto para dizer que Mato Grosso era o Estado brasileiro “mais preparado no país para receber recursos do REDD”. REDD quer dizer Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação.
Não foi nada se comparado ao que aconteceu depois. A ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, decidiu colocar o governador de Mato Grosso em Mato Grosso do Sul – algo que se tolera apenas a jornalistas mal-informados. De acordo com a jornalista Miriam Leitão, em seu blog, a apresentação de Dilma foi “longa e aborrecidíssima”. A ministra, ela conta, foi aplaudida por uma claque de políticos e cometeu erros técnicos - muitos - e até políticos, como o caso de Maggi e o estado que governa.
“Houve um momento em que mesmo lendo, ela esqueceu a importante palavra não. E assim saiu um "o meio ambiente é um obstáculo ao desenvolvimento". Certamente ela queria dizer que não é obstáculo” – ela relatou.
Erros a parte, Maggi tratou de vender bem o peixe do seu Governo e, acima de tudo, abusou do seu novo estilo. Na palestra, contou que o desflorestamento matogrossense caiu de 2 mil Km² em 2005 para mil km² atualmente. O valor ainda é alto, mas a redução precisa ser considerada. “Agricultores e pecuaristas vêm fazendo uma conta simples do custo de oportunidade de preservar a floresta”, diz. “Temos a expectativa de que a floresta em pé valerá mais”. e acordo com ele, Mato Grosso é o maior produtor de soja e algodão e o segundo maior produtor de milho do país e utiliza apenas 8% de seu território para a agricultura e mais 25% para a pecuária.
Vivendo os últimos dias como governador de Mato Grosso, já que em abril deixa o cargo para disputar uma vaga ao Senado Federal, Maggi disse que está trabalhando para implementar uma legislação subnacional que dê condições para que o REDD possa funcionar. Ele falou que a área de conservação do estado é de 64% e que o mecanismo de REDD seria uma maneira de incentivar que os agricultores que podem desmatar os 20% de suas terras, permitidos pela legislação brasileira, não o façam. Blairo diz que áreas indígenas e unidades de conservação também seriam beneficiadas com os recursos.
"Dissemos aqui que somos grandes produtorres de alimentos para o Brasil e o mundo, vamos continuar a crescer, mas não queremos continuar o desmatamento", disse Maggi após participar com a ministra Dilma e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, do painel "Brasil: por uma economia sustentável", na noite desta segunda-feira.
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