Aumento de 2°C na temperatura ameaça países, diz IPCC
"O limite de temperatura imposto como meta depende da parte do mundo para a qual olhamos. Se for de 2°C, o nível do mar pode subir até um metro, o que ameaçaria a vida em alguns países", disse Pachauri em entrevista coletiva.
O especialista destacou que a ciência é clara sobre as possíveis consequências do aumento da temperatura, seja este de 1°C, 1,5°C ou 5°C.
O indiano também lembrou aos negociadores da cúpula sobre a mudança climática que a decisão sobre o limite a ser fixado em relação à elevação da temperatura cabe a eles e terá de ser tomada por eles.
A primeira minuta do acordo sobre o tema, distribuída ontem às delegações, diz que os negociadores devem trabalhar para que a temperatura suba, no máximo, de 1,5°C a 2°C.
Caso se opte pelo teto de 2°C, isto exigirá ações imediatas e outras a longo prazo, reiterou Pachauri, segundo quem os custos das medidas para conter a mudança climática são "muito mais baixos" que outras alternativas e oferecem "benefícios enormes".
Com investimentos adequados no combate às alterações do clima e na adaptação dos países, boa parte dos possíveis impactos da mudança climática apontados no último relatório do IPCC passa a ser "evitável", afirmou Chris Field, copresidente do segundo grupo de trabalho do Painel Intergovernamental.
Pachauri negou que as negociações de Copenhague tenham sido afetadas pelo "Climagate", o escândalo gerado por um roubo de e-mails de uma instituição científica da Universidade de East Anglia (Reino Unido), os quais revelariam um exagero em relação às consequências da mudança climática.
"Falei com os negociadores e não acho que tenham sido distraídos por este caso, que não tem nenhum impacto sobre o relatório nem sobre sua solidez científica. A credibilidade do IPCC não está em questão", ressaltou.
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