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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Quinta - 10 de Dezembro de 2009 às 00:12
Por: Kleber Lima*

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Tomo conhecimento por meio de fontes ligadas ao PSDB que o partido vive um forte dilema sobre o projeto político do prefeito Wilson Santos. De um lado, uma corrente bastante influente defende que o prefeito deixe o cargo em março do ano que vem para disputar o governo ou senado, ainda que não tenha chances, ou até que seja para nem disputar cargo algum. Do outro, haveria a tese de que Wilson deveria mesmo é abdicar das eleições de 2010, em nome da governabilidade, para tentar salvar sua gestão. O pano de fundo do debate é salvar sua carreira política.

Tais análises partem de um diagnóstico nada animador. Wilson encerra o primeiro ano do seu segundo mandato na prefeitura de Cuiabá sem completar sequer metade do primeiro governo. Sua primeira gestão ainda não se completou, e para a segunda não haveria sequer perspectiva de quando iria começar.

O governo tucano na capital sofreria a pressão eleitoral . O tempo da gestão não segue o calendário eleitoral. Porque Wilson Santos se tornou candidato a governador antes de convencer como prefeito.

Um dos exemplos disso são as obras do PAC. Analistas próximos ao prefeito não reconhecem para os de fora, mas na cozinha tucana já teriam concluído que não será fácil explicar à sociedade durante a campanha do ano que vem, por exemplo, por que não foram capazes de executar as obras do Programa de Aceleramento do Crescimento. Algo do tipo: o Wilson não teve competência sequer para gerir os recursos que vieram para a cidade por obra do Presidente Lula, com a articulação do governador Blairo Maggi.

Além disso, embora tenha havido uma reviravolta jurídica, o escândalo da Operação Pacenas deixa sequelas que deverão durar até a campanha. Nem que seja pelos inputs de memória que farão seus adversários.

Noves fora o PAC, a crise na saúde também pressiona a popularidade do prefeito para baixo, e de maneira mais efetiva, porque aí nesse mister não cabe tergiversação, ou seja, nenhum discurso convence o cidadão que sofre nas filas do SUS de que o problema não existe. E até agora o que tem salvado a gestão tucana é o discurso do prefeito, e sua capacidade de se comunicar, inversamente proporcional à incapacidade que o Estado vinha demonstrando.

A falência da administração também se manifesta no trânsito, na área social - onde se denuncia que vários programas federais não foram efetivados por negligência do Paço Municipal – e as finanças municipais estariam à beira da insolvência, o que reduz a capacidade de investimentos próprios do erário municipal a praticamente zero. Ou seja, a prefeitura de Cuiabá estaria completamente falida, embora ainda não se tenha feito esse anúncio oficialmente, o que, porém, não tardaria a acontecer.

É nesse contexto que surgem as soluções para sua carreira: pela tese 1, Wilson abandonaria o barco antes que ele afunde tendo-o como comandante; e pela tese 2, ele renunciaria ao projeto eleitoral de curto prazo (2010), refaria seu plano de navegação e tentaria salvar embarcação e tripulação.

Como se vê, a solução para o dilema tucano é algo absolutamente difícil e espinhoso. A primeira tese (renúncia à prefeitura) só se viabilizaria se a vitória nas urnas em 2010 fosse líquida e certa, e essa aposta já não é tão factível. Caso contrário, terá o destino de todo comandante que abandona o barco: a desonra eterna. Já a segunda tese (renúncia ao projeto eleitoral) exigiria do prefeito algo a mais que uma boa retórica: postura de estadista e grandeza de espírito.

(*) KLEBER LIMA é jornalista e consultor de marketing em Mato Grosso. E-mail: kleberlima@terra.com.br.





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