Grupos de Mato Grosso se apresentam no Festival Sul Mato-grossense de Teatro
Uma oportunidade para trocar experiências e representar a produção teatral mato-grossense. Trata-se do intercâmbio que será realizado entre as Federações de Teatro de Mato Grosso (Femat) e Mato Grosso do Sul (Fesmat). Esta é uma das primeiras ações colocadas em prática pela nova gestão da Femat, que está nas mãos do grupo Tibanaré. Em sua 28ª edição, o Festival Sul Mato-grossense acontece entre os dias 10 e 13 de dezembro, na cidade de Rio Verde de Mato Grosso.
O presidente da Femat, Jefferson Jarcen, conta que a oportunidade do intercâmbio surgiu em outubro, quando Jair de Oliveira, um dos organizadores do Festival do Estado vizinho, assistiu uma apresentação do grupo Tibanaré e o convidou para se apresentar no festival de lá. “Como o presidente eleito e também diretor do Grupo Tibanaré, estudei a possibilidade da ida de mais artistas filiados a Femat. Essa ação é importante, pois possibilita um grande intercâmbio entre os artistas e as federações, o que não acontecia há um bom tempo”.
Também irão se apresentar no festival, além do Tibanaré, o Teatro Spirits, de Juína, e a Companhia Teatral Faces, de Primavera do Leste. A caravana mato-grossense conta com a participação do grupo Téspis, da Capital, que não irá se apresentar, mas participa do intercâmbio. Jefferson destaca o apoio da Secretaria de Cultura das cidades de Juína e Primavera do Leste, que estão colaborando com o transporte, e lamenta que o mesmo não ocorra na Capital.
O 28º Festival Sul-Mato-Grossense de Teatro irá reunir mais de 20 grupos teatrais, sendo três de Mato Grosso. O festival tem caráter competitivo e por conta disso haverá premiação em diversas categorias. No total, serão 13 apresentações de espetáculos infantis e adultos. Ao final de cada apresentação haverá um debate com os atores, técnicos, jurados e a platéia presente.
O festival, que é itinerante, já percorreu diversas cidades com a proposta de descentralizar a produção teatral. De acordo com Jair Oliveira, um dos organizadores do Festival em Mato Grosso do Sul, um dos objetivos é promover a circulação dos espetáculos para estimular a formação de platéia, possibilitando o livre acesso às produções teatrais.
SOBRE OS ESPETÁCULOS
O grupo Tibanaré apresentará o espetáculo “Palhaçando”. A peça conta a divertida e emocionante trajetória do palhaço Drinco, interpretado pelo ator Jefferson Jarcem. Em cena, ele revive as suas emoções, traçando, através de quadros clownescos, uma linha histórica de sua vida, enfrentando o seu maior desafio: buscar a felicidade em meio a solidão, contrastando a tristeza e a alegria, num trajeto com muito humor, emoções e despedidas.
O espetáculo valoriza o imaginário infantil e as situações banais do cotidiano. Trata-se de uma peça versátil, que pode ser apresentada em qualquer espaço, tendo a pretensão de atingir todas as comunidades, tribos e classes sociais. Uma produção de censura livre e com conteúdo que visa estimular o desenvolvimento educacional e sócio-cultural do público.
A Companhia Teatral Faces apresenta o espetáculo Arlequim – Servidor de dois Patrões. A peça traz a história do Arlequim que resolve servir a dois patrões ao mesmo tempo, sendo um deles Beatriz, uma mulher disfarçada em busca de seu "grande amor", e o outro Florindo, o "grande amor" em busca de uma mulher disfarçada. O espetáculo recebe a influência das festas populares de Mato Grosso.
Já o grupo Spirts leva o espetáculo “Eu chovo, tu choves, ele chove”. A peça trabalha uma proposta infantil, na qual um pingo de chuva subverte a ordem estabelecida e transforma a vida numa grande aventura. Um chuveiro mandão, uma galinha d’angola , uma sereia perua, um ovo mudo , uma ova muito prendada. Esses são os personagens que dão vida a história. A peça é baseada na obra de Sylvia Orthof, autora consagrada entre no universo do público infantil e adolescente com mais de 100 obras publicadas. A escritora dá vida a objetos e os transformam em personagens das suas histórias.
A adaptação de “Eu chovo, tu choves, ele chove” traz elementos da cultura mato-grossense. O Pingo de Chuva, personagem principal do espetáculo, por exemplo, traz sua fala carregada pelo sotaque cuiabano. A dona Galinha D’angola vive no Pantanal, a Senhora Nuvem adora as danças da comunidade São Gonçalo. O espetáculo termina com a festa de um casamento, ocasião em que os personagens de diferentes origens se reúnem para comemorar a alegria ao som do Siriri.
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