Michel Temer nega ter recebido propina de R$ 100 mil do mensalão
O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), deve acionar judicialmente o empresário Alcir Collaço e o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa, pelas denúncias de que teria recebido propina do esquema de corrupção supostamente montado pelo governador José Roberto Arruda (DEM). Temer anunciou nesta quinta-feira que já contratou advogados em São Paulo e Brasília para preparar sua defesa.
Além de Temer, o líder do Partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), e os deputados Eduardo Cunha (RJ) e Tadeu Filipelli (DF) são acusados por Collaço e Barbosa de se beneficiarem do chamado "mensalão do DEM". Conforme gravações feitas por Durval e entregues à Polícia Federal em troca do benefício da delação premiada por ser réu em outros 32 processos, Temer, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves teriam recebido R$ 100 mil cada um. O deputado Filipelli teria ficado com R$ 500 mil.
O presidente da Câmara disse que não tem nenhum temor a respeito das denúncias, que classificou de "balela". Ele criticou a indústria do dossiê durante o período eleitoral e disse que todos os recursos que recebeu para suas campanhas foram declarados.
Em nota à imprensa divulgada ontem, o presidente da Câmara qualificou de "irresponsável e descabida" a citação de seu nome na conversa entre Collaço e Barbosa. No texto, ele negou o recebimento de propina da Construtora Camargo Correia. A empresa foi investigada pela Polícia Federal no Operação Castelo de Areia.
Michel Temer pediu cautela a respeito da possível convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte a fim de discutir a reforma política e a criação de novas regras para o financiamento de campanhas. O assunto veio à tona após a deflagração da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que investiga supostas irregularidades na cúpula do governo do Distrito Federal e da Câmara Legislativa do DF.
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse à Agência Brasil que entrará ainda nesta quinta-feira na Justiça com processos contra o empresário Collaço e Barbosa. O líder do PMDB Henrique Eduardo Alves deve ingressar com uma queixa-crime contra Collaço. O deputado Tadeu Filippelli negou as acusações.
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