Percival faz palestra sobre o Zoneamento na UFMT
O deputado Percival Muniz (PPS) defendeu nesta quarta-feira, dia 2, que as Universidades do país contribuam mais para a construção da sustentabilidade, ou seja, ajude na construção de caminhos para se aumentar a produção com equilíbrio ambiental. “A grande vocação de nosso Estado é produzir os alimentos que o mundo necessita. Mas como faremos isso de modo a garantir a sobrevivência das futuras gerações? A universidade, que é uma grande produtora de conhecimento, tem que nos ajudar na construção do caminho, para que possamos atender essa demanda mundial, que possibilitará o nosso desenvolvimento, a geração de renda e emprego, mas de uma forma sustentável”, ressaltou Muniz em sua palestra no simpósio: Agronegócios e Desenvolvimento em MT: Desafios para a sociedade no século 21, na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso).
O simpósio fez parte da programação do Seminário de Estudos Biológicos: rumos e desafios das Ciências Biológicas em Mato Grosso, o 30+ 1, realizado de 30 de novembro a 3 de dezembro, no auditório do CCBS 3, da UFMT. A palestra de Percival foi sobre a Assembleia Legislativa e o Zoneamento Socioeconômico e Ecológico.
O zoneamento é um instrumento de planejamento territorial cujo objetivo é promover o desenvolvimento sustentável das unidades territoriais, adequação e uso do solo. Para nortear o zoneamento de Mato Grosso, por sugestão de Percival, foi criada uma comissão especial, que definiu a realização de 15 audiências públicas nos municípios-pólos, onde foram colhidas propostas conforme a particularidade de cada município ou região.
Muniz, vice-presidente da comissão especial de ZSEE, destacou que Mato Grosso vive um bom momento econômico e precisa aproveitar para duplicar a sua economia. “Vejo o Brasil e o Mato Grosso com todas as condições para se consolidar como o grande produtor de alimentos do mundo. Essa é a nossa vocação e devemos aproveitar o cenário atual altamente positivo, onde o mundo cada vez mais demanda por alimentos e ter toda a tranqüilidade para discutir de forma autônoma o nosso modelo de desenvolvimento”, apontou.
Ele acrescentou que o zoneamento, que está em discussão na Assembleia Legislativa há mais de um ano, foi importante para dar o ponta-pé inicial na discussão de “qual o modelo de desenvolvimento socioeconômico queremos para Mato Grosso”. Todavia, esse debate estava ameaçado, pois as adequações ao projeto de ZSEE, proposto pelo governo do Estado e que levou quase 20 anos para ficar pronto, esbarram na legislação ambiental vigente, instituída ainda no período da ditadura militar, em 1965.
“Se o zoneamento fosse aprovado conforme a legislação atual, a nossa economia estaria engessada. Mas, com a discussão de um novo Código Ambiental Brasileiro no Congresso, podemos aproveitar para ampliar as discussões do Zoneamento, bem como de qual o modelo de desenvolvimento que queremos”, assinalou Percival, observando que este ano o substitutivo integral do ZSEE não deverá ser votado este ano na Casa.
Por fim, Muniz aproveitou para parabenizar os organizadores do Seminário por incluir essa discussão, pois a humanidade precisará cada vez mais de alimentos e forma que isso será garantido é o desafio que está posto. Ele lembrou, ainda, que muito se fala em desenvolvimento sustentável, mas as suas bases conceituais ainda são muito frágeis. “A universidade como produtora do conhecimento tem que contribuir com esse debate, sem paixões ou radicalismos ecologista ou produtivista, apontando, cientificamente, o que se pode fazer ou não para termos um desenvolvimento de fato sustentável ”, avaliou Muniz.
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