Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sábado - 13 de Julho de 2013 às 18:37

    Imprimir


A dificuldade de se encontrar mão de obra qualificada tem afetado muitas empresas no Brasil. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 90% dos novos empregos gerados no País exigem ensino médio completo. No entanto, 40% dos trabalhadores não completaram o ensino fundamental e 16% são analfabetos funcionais, ou seja, embora saibam ler, não conseguem interpretar um texto ou fazer operações matemáticas básicas.



 
“O que influi diretamente na qualidade do profissional é o sistema educacional que, embora tenha melhorado no que concerne à universalização do ensino, ainda precisa investir na qualidade”, afirma Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai e diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI).


 
Esses números afetam diretamente as empresas, que encontram dificuldades em crescer e aumentar a produção. O trabalhador mal-qualificado leva mais tempo para desempenhar as tarefas e, portanto, mais tempo para produzir. O produto fica mais caro e o Brasil acaba perdendo. Lucchesi aponta que a saída para as empresas é investir em capacitação, treinamento e requalificação do quadro de funcionários.


 
Foi o que aconteceu, por exemplo, com Alison Ribeiro da Silva, de 23 anos, que desde 2010 trabalha na mineradora Vale em um conjunto de minas de Nova Lima (MG). Ele entrou na empresa por meio do Programa Formação Profissional (PFP) e, antes mesmo de concluir o treinamento, já foi promovido:
“O curso durava 15 meses. Comecei como vulcanizador e alguns meses depois passei a ser um dos responsáveis por implantar o sistema de gestão da Vale na área. Ao terminar o programa, ainda tive apoio da empresa para me formar no curso técnico de mecânica. Hoje, atuo na gestão da qualidade, controle de processos, padronização... Confiro se o trabalho está sendo feito conforme as exigências do setor de manutenção de máquinas de pátio e transportadora de correias de longa distância”, afirma o empregado.


 
O objetivo do Programa Formação Profissional é preparar os jovens para o primeiro emprego em atividades que sejam operacionais ou administrativas, por meio das qualificações profissionais técnicas e da experiência prática nas áreas da empresa. No período de três a cinco meses, os jovens estudam em tempo integral em instituições parceiras, como o Senai, e, em seguida, adquirem experiência profissional de nove a 12 meses em uma das áreas da Vale.


 
O diretor do Senai também destaca que a discrepância entre o Brasil e os demais países desenvolvidos, que combinam a educação regular com a profissional, é outro impeditivo para a qualificação da mão de obra:
“Enquanto aqui no Brasil apenas 6% dos jovens de 15 a 19 anos se dedicam à educação profissional e à básica simultaneamente, na Alemanha, por exemplo, o percentual é de 53%”, completa Rafael Lucchesi.
Inscrições abertas para Jovem Aprendiz no Pará.

 
 
Quem sonha em trabalhar na Vale pode se inscrever até 19 de julho para o Programa Jovem Aprendiz, com 210 vagas abertas no Pará. Esse programa é semelhante ao PFP, mas os interessados devem ter idade entre 18 e 22 anos e Ensino Médio completo. Não é necessária experiência prévia, já que uma das propostas da iniciativa é justamente qualificar jovens, preparando-os para o mercado de trabalho.




Fonte: Do G1

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/14968/visualizar/