Desmatamento cresce na Amazônia Legal, mas números diminuem em MT
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, registrou 194 quilômetros quadrados de desmatamento em toda a Amazônia Legal durante o mês de outubro. Esse número é 90% maior do que o registrado em outubro do ano passado (102 quilômetros quadrados), mas representa uma queda de 10% em relação a setembro de 2009 quando foram registrados 216 quilômetros quadrados de áreas desmatadas.
Em Mato Grosso os dados do SAD mostram queda no desmatamento na comparação entre os meses de setembro e outubro deste ano, de 31 para 22 quilômetros quadrados. O estado também foi o único da Amazônia Legal que registrou queda no desmatamento acumulado de agosto a outubro de 2009 (três primeiros meses do calendário atual de desmatamento) se comparado com o mesmo período de 2008. A redução foi de 17%, passando de 116 quilômetros quadrados para 96 quilômetros quadrados nos períodos citados. Na Amazônia Leg al houve aumento de 30% nas áreas desmatadas durante estes períodos.
Ainda de acordo com o boletim do Imazon, a degradação florestal em Mato Grosso atingiu 44 quilômetros quadrados em outubro. No mês anterior, o estado havia degradado 85 quilômetros quadrados de floresta. Embora os números demostrem queda, o alerta permanece, pois o estado continua liderando o índice de degradação na Amazônia Legal, sendo responsável por 22% do total verificado apenas em outubro.
Na avaliação de Sérgio Guimarães, coordenador de Políticas Públicas do Instituto Centro de Vida (ICV), para consolidar e manter os resultados positivos é preciso efetivar instrumentos importantes de governança ambiental, como o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico, o Plano Estadual de Controle e Prevenção do Desmatamento e Queimadas, o Plano Estadual de Mudanças Climáticas e o MT Legal. “Esses mecanismos, juntamente com o Código Florestal Brasileiro e os pactos ambientais da soja e pecuária, são indispe nsáveis para consolidar a meta de desmatamento zero”, disse.
A geografia do desmatamento traçada pelo SAD aponta que a maioria do desmatamento na Amazônia Legal (83%) ocorreu em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. O restante foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (4%), Unidades de Conservação (9%) e em Terras Indígenas (4%).
Considerando os três primeiros meses do calendário de desmatamento, o Pará foi responsável por 52% da perda de floresta, Mato Grosso, 14%, e Rondônia, 13%. No mês de outubro de 2009, o SAD conseguiu monitorar 83% da Amazônia, pois apenas 13% do território estava coberto por nuvens
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