Prefeito Santos transfere gestão da Saúde ao vice; Galindo terá Aray
A cinco meses de renunciar ao mandato para concorrer às eleições majoritárias, o prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB) já transferiu para o seu vice Chico Galindo (PTB) toda autonomia para escolha do novo secretário de Saúde. Santos não quer mais entrar em conflito com o demissionário Luiz Soares, que havia pedido para sair, recuou e, com pretexto de defender implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos cerca de cinco mil servidores, passou a incentivar manifestações e pressões sobre o Palácio Alencastro.
Galindo se transformou num supersecretário. Ele já responde pelo Planejamento, Orçamento e Gestão e vai se dedicar também à Saúde, que ainda vive situação de caos mesmo após o fim da greve dos médicos que durou 75 dias. A tendência é de que o petebista nomeie para a Saúde, antes mesmo de assumir o cargo de prefeito de fato e de direito, o colega de legenda, oncologista e empresário Aray Carlos da Fonseca Filho, que foi o primeiro dos seis secretários da pasta da gestão Santos. De um orçamento de R$ 270,5 milhões deste ano, a Saúde terá uma dotação de R$ 275 mihões para 2010.
O vice-prefeito tem pressa pela queda de Soares. Cauteloso, está esperando que o secretário perceba que se transformou num gestor-problema e saia do primeiro escalão de vez. Soares, por sua vez, não demonstra a mínima preocupação tanto com o prefeito quanto com o vice. Trata-se de uma situação curiosa e intrigante, em que o subordinado demonstra ter mais autonomia e poder de decisão que o titular.
Esta é a segunda vez que Soares atua como secretário de Saúde. Assumiu o mesmo posto na gestão Roberto França. É daqueles que se fecham ao diálogo, trombam com a classe médica e com servidores e não está nem aí para aqueles que chamam-no de autoritário. Para amenizar essa relação, Soares trouxe para si a campanha pela implantação do PCCs a todas as categorias da Saúde e, com isso, de odiado passou a ser amado pela maioria dos servidores. Ao invés de contornar problemas, está fazendo o contrário. O resultado disso tem sido o desgaste cada vez maior que cai sobre a figura do prefeito Santos. Por falta de pulso firme e de uma equipe competente, o tucano pode ter o projeto de candidatura a governador inviabilizado.
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