Pagot trai padrinho Maggi e articula Mendes para governo
O presidente da Federação das Indústrias (Fiemt), empresário Mauro Mendes, é candidatíssimo a governador. O curioso é que os principais apoiadores, ao menos nos bastidores, estão fora do seu novo partido, o PSB. O diretor-geral do Dnit Luiz Antonio Pagot (PR), ex-secretário de Infraestrutura, Casa Civil e Educação do governo Blairo Maggi, articula como nunca para viabilizar o nome de Mendes como espécie de terceira via. Os deputados estaduais Percival Muniz e Otaviano Pivetta, presidentes estaduais do PPS e do PDT, respectivamente, também defendem composição com PSB para ter Mendes (ex-PR) na corrida ao Palácio Piaguás.
Dentro dessa estratégia de consolidar Mendes como candidato alternativo, Pagot passou a tomar posicionamento que contraria até mesmo o seu padrinho político, governador Blairo Maggi, que aposta todas as fichas no nome do seu vice Silval Barbosa (PMDB). Apesar de não admitir publicamente, Pagot manteve contato com membros do Ministério Público e da Justiça e pediu para bater duro no governo por causa do fracasso do concurso público, que deveria ter sido realizado no último dia 22 e foi adiado para o próximo ano devido a uma série de falhas da Unemat, organizadora do certame. No fundo, a intenção do diretor-geral do Dnit e expôr a gestão Maggi, da qual fez parte por cinco anos. Esse tipo de ação conspiratória é uma senha de que Pagot não está muito afinado com a turma da botina.
Desconfiança
Apesar dos grupos que contrapõem às pré-candidaturas de Wilson Santos (PSDB), Jayme Campos (DEM) e do peemedebista Silval defenderem Mauro Mendes como alternativa ao Paiaguás, há um clima de desconfiança entre eles próprios. Muniz tem um histórico político contraditório. Finge estar num projeto, mas joga nos bastidores para ser cortejado por outro, no caso o grupo de Maggi. No ano passado, por exemplo, ora Muniz apoiava a candidatura de Zé do Pátio (PMDB) à sucessão municipal em Rondonópolis, ora estava com o então prefeito Adilton Sachetti (PR), principalmente depois do governador fazer apelo nesse sentido. Em outros momentos, Muniz se mostrava neutro.
Pivetta é tido como um empresário-político de difícil convivência. Se mostra inseguro e, às vezes, até depressivo. Não tem posicionamento firme. Vive no muro. Ora demonstra disposição de se candidatar a governador ou a senador, ora ameaça sair da vida pública de vez. Valtenir Pereira, presidente regional do PSB, se transformou em espécie de "barriga de aluguel". Não tem poder de intervenção no projeto que está sendo montado dentro do seu partido e é usado por Mendes como ponte para atravessar o caminho das eleições.
Mauro Mendes, por sua vez, costura acordos com Pivetta, Muniz e Pagot e com o empresário Mauro Carvalho, representante da Skol em Mato Grosso e, ao mesmo tempo, corteja Maggi e o pré-candidato situacionista Silval. E, assim, segue o grupo que afirma ter proposta alternativa de poder. É um Valtenir que não confia em Mendes, que não confia em Muniz, que não confia em Pivetta, que não confia em Pagot.
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