Ex-deputados vivem experiência amarga de administradores
De pedra, viraram vidraças. Na Assembleia, Juarez e Pátio reivindicavam, apresentavam projetos e lideravam movimentos contra o governo para atender pleitos de suas bases. Agora no Executivo, tiveram de se enquadrar. Enfrentam até processo de cassação de mandato por supostos crimes eleitorais. Eles caíram a ficha de que agora precisam esbravejar menos, agir mais e até atuar como bombeiro para apagar incêndio, principalmente na relação com a Câmara Municipal. As maiores dificuldades que eles enfrentam estão na saúde, infraestrutura e segurança pública, com críticas duras de segmentos sociais e da imprensa. Em alguns momentos trombaram com servidores e tiveram de mudar equipe do primeiro escalão.
Ex-vereador e ex-deputado, Juarez é o sétimo prefeito a comandar um município que nasceu a partir da Colonizadora Sinop S.A, é cortado pela BR-163 (Cuiabá-Santarém) e tem hoje 30 anos de emancipação. Registra cerca de 120 mil habitantes. É o quarto maior município mato-grossense, atrás apenas de Rondonópolis, Várzea Grande e Cuiabá. Juarez mudou dois secretários. Ele reclama da falta de recursos, mas o caixa da prefeitura está cada vez mais "gordo". Nos nove primeiros meses deste ano, sua gestão teve receita de R$ 98,9 milhões. A menor arrecadação se constatou em janeiro, com R$ 7,7 milhões. Já a maior receita veio em maio, com R$ 21 milhões. Se de um lado arrecadou quase R$ 100 milhões, de outro o prefeito empenhou como despesas R$ 114,3 milhões, liquidou R$ 97,9 milhões e pagou R$ 78,3 milhões. Registra superávit. Os investimentos próprios são minguados. Nos nove meses de administração investiu R$ 22,3 milhões. "Torrou" mais R$ 1,8 milhão na amortização de dívidas.
Em Rondonópolis, município cortado pelas rodovias BRs-364 e 163, com 56 anos de emancipação e aproximadamente 180 mil habitantes, o prefeito Pátio conseguiu contornar divergências com servidores, concedendo reajuste salarial, e mudou quatro secretários. Quanto às receitas, sua gestão registrou R$ 202,3 milhões até setembro. O menor fluxo de caixa se deu em fevereiro, com R$ 15,5 milhões, enquanto em junho chegou a R$ 40,6 milhões. O peemedebista empenhou nestes nove meses de administração R$ 188,2 milhões, liquidou R$ 163,7 milhões e pagou R$ 156,3 milhões. Também conta com sobra de caixa. Reservou R$ 8,5 milhões para investimentos e pagou R$ 7,2 milhões de dívidas já pactuadas.
Comentários