Copenhage: Mato Grosso defende cobrança maior para países ricos
As atenções do mundo no mês que vem irão se voltar a capital da Dinamarca, Copenhage, cidade sede do fórum sobre mudanças climáticas. O evento, de 7 a 18, colocará frente a frente as principais autoridades mundiais - países desenvolvidos e em desenvolvimento - na busca de formatar saídas para os problemas climáticos. Líderes de mais de 60 países já confirmaram presença no evento entre eles os presidentes Barack Obama (Estados Unidos) Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Nicolas Sarkozy (França) e a chanceler alemã Ângela Merker.
Embora o presidente da república brasileira já tenha admitido que o país participará do evento não com intuito de impor sua posição acerca das propostas que poderiam ser implementadas, mas sim formatar uma ação conjunta, o discurso da classe política é que a maior responsabilidade e cobrança recaíam sobre os países desenvolvidos. Lideranças de Mato Grosso também estarão no evento e prometem levantar bandeiras. Entre elas a que versa pela preservação remunerada.
A senadora Serys Slhessarenko é enfática ao afirmar que o Brasil precisa receber recursos dos países mais ricos. "Tem que pagar para nós. Eles destruíram o meio ambiente e precisam nos remunerar [para haver preservação]. Os países desenvolvidos e o G8 devem pagar pelas terras degradadas", explanou a parlamentar, que compõe a missão internacional ao lado de outros senadores.
O discurso de Serys é endossado pelo governador Blairo Maggi. "Temos tido uma proposta avançada no sentido de podermos ampliar a nossa área de preservação dando a Amazônia a tranquilidade de estar no futuro mas também entendemos que as pessoas mais ricas, os países mais ricos que já poluíram e não têm mais a biodiversidade que temos, têm a obrigação de nos ajudar a cuidar disto", falou Maggi, em entrevista ao Só Notícias.
Além do desmatamento evitado, devem passar por Copenhage temas como o comércio de mercado de carbono, biocombustível, barreiras climáticas, redução da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa, aquecimento global, entre outros. "É preciso dar a oportunidade para aqueles que são produtores das terras pequenas ou médias, assentados, que não quererem mais plantar soja, feijão, arroz, atuar na pecuária, mas sim de preservar o meio ambiente e oferecer ao mundo uma reserva de carbono e de biodiversidade. Isto tem que ter um valor e deve vir dos países ricos", respaldou o governador, considerado uma das personalidades com respaldo internacional para tratar de temas como este.
O coro mato-grossense é endossado também pelo presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira. Conforme ele, esta é uma das filosofias do setor produtivo. "Os outros países já desmataram tudo e quem tem floresta hoje? Nós. Se você tem uma propriedade mil hectares e não querem que você desmate para produzir então tem que pagar. Você tem um ativo, está sequestrando carbono. O mundo tem que deixar dinheiro aqui", falou Silveira.
A expectativa está também sobre a posição que os países desenvolvidos devem apresentar no tocante a metas de redução de CO2 na atmosfera. Recentemente, líderes mundiais haviam afirmado que nada de concreto sairia até 2010. Copenhage pode ser palco da consolidação de um novo tratado climático mundial.
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