Juiz Yale Sabo alerta para impasse em Leverger e pede nova eleição
O juiz-membro do Tribunal Regional Eleitoral, Yale Sabo Mendes, alertou os demais membros da Corte durante a sessão desta terça (24) sobre a situação vivida em Santo Antônio do Leverger (a 27 km de Cuiabá). O magistrado pediu uma solução para o impasse que dura desde novembro do ano passado, quando o prefeito eleito, Faustino Dias Neto (DEM), foi cassado pela Justiça Eleitoral. Desde janeiro, o presidente da Câmara, Harrison Benedito, atua como prefeito tampão.
Segundo o juiz, após 50% do mandato, a Câmara deve escolher o novo prefeito. Por isso, o magistrado solicitou que uma nova eleição seja marcada com urgência. "Já se passou quase um ano da posse e o presidente da Câmara continua num mister para o qual ele nao foi eleito, que é ser prefeito de Santo Antônio do Leverger. Não pode ficar nessa situação. O presidente da Câmara, que não foi eleito para tal, estar presidindo o município, como se prefeito fosse. Então, peço que essa Corte tome uma decisão de maneira definitiva para que não haja mais essa situação", argumentou Yale.
Para o magistrado, não há condições de aguardar um posicionamento do Tribunal Superior Eleitoral, que já deveria ter se manifestado acerca de nova eleição. "Já são 25% do mandato de prefeito. Peço que essa Corte delibere logo uma eleição, porque se for aguardar uma decisão do TSE, realmente a situação vai continuar", diz.
Yale lembra que a situação vivida no município se arrasta desde o final do ano passado, o que gera desgaste ao TRE. Para ele, a sociedade acaba culpando os membros do Pleno pela demora na solução do impasse. "Já votamos pelo menos umas quatro ou cinco questões ligadas a Santo Antônio. Essa situação está criando um desgaste muito grande para esta Corte. Hoje, a sociedade clama como se nós tivéssemos alguma culpa disso. Por isso, solicito uma decisão definitiva nesse caso".
Reeleito com 5.776, apenas 18 a mais que a segunda colocada, Maria da Glória Ribeiro Garcia (PP), a Glorinha, Faustino teve o diploma cassado pelo então juiz da 38ª Zona Eleitoral, Lídio Modesto, que apontou compra de votos. Logo após sua cassação, Faustino chegou a falar que não tinha interesse em retornar ao cargo, alegando que não é "político profissional". Mesmo assim, não desistiu dos recursos para tentar voltar ao cargo. Na sessão deste terça, porém, perdeu mais uma "batalha" no TRE.
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