Desmate na Amazônia não chega a 5% das emissões
Os dados sobre a queda das emissões de dióxido de carbono (CO2) pela ação da derrubada da floresta serão apresentados amanhã, em Brasília, pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em agosto, o diretor-geral do Inpe, Gilberto Câmara, havia dito que valores preliminares apontavam que as emissão de gases pelo desmate da Amazônia ficariam em 2,5% do total - e não 5%, conforme havia sido apurado entre 2000 e 2005. Agora, com a medição concluída, o percentual ficará entre 2,5% e 5%.
A queda das emissões resultantes do desmate da Amazônia em relação ao total do país deve-se à redução do desmatamento nos últimos quatro anos. "Além disso, a emissão por combustíveis fósseis aumentou, principalmente por causa do uso de carvão vegetal e do crescimento da frota de veículos", disse o pesquisador do Centro de Ciências do Sistema Terrestre do Inpe Jean Ometto.
Segundo Ometto, houve queda no desmatamento na Amazônia, Indonésia e, embora em pequena escala, na África. Soma-se a isso o fato de que o desmatamento não faz árvores virarem fumaça imediatamente. Parte da madeira se transforma em móvel, casas e portas. Com isso, o carbono fica estocado por anos. Há ainda o fato de que parte das áreas desmatadas é substituída por pasto, à base de capim braquiária, um conhecido sequestrador de carbono, cana-de-açúcar e grãos, que também neutralizam a emissão. Isso, diz Ometto, também contribuiu para reduzir a emissão.
Os cálculos da emissão de gases no Brasil feitos pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) são imprecisos. A entidade adota como média para o Brasil um desmatamento anual de 30 mil km quadrados, valor acima do real. O maior desmate ocorreu em 2004, com 27.423 km quadrados. De lá para cá, a queda foi acentuada - 2009 deve fechar com 7.008 km quadrados. Se o país cumprir a meta voluntária de redução de 80% do desmatamento da Amazônia até 2020, a derrubada ficará em 4,5 mil km quadrados por ano.
Pelo menos 65 líderes mundiais confirmaram presença em Copenhague, entre eles os do Brasil, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Japão e Indonésia. Autoridades dinamarquesas convidaram os chefes de Estado e governo de 191 países membros da ONU para a etapa final do encontro, que ocorrerá de 7 a 18 de dezembro. Segundo a Dinamarca, o presidente Barack Obama só irá à reunião se sua presença for crucial para selar o novo acordo do clima. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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