Câmara cria CPI para investigar Deucimar Silva
A Câmara de Vereadores de Cuiabá criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o presidente Deucimar Silva (PP). A criação atende um pedido do vereador Chico 2000 (PR), que o acusa de superfaturamento de compras com dinheiro público, e ocorre a quatro dias do julgamento que pode resultar na cassação do ex-presidente, Lutero Ponce (PMDB).
Ao todo, 10 dos 19 vereadores por Cuiabá assinaram durante a sessão plenária o requerimento apresentado ontem por Chico 2000, que foi acusado por parlamentares ligados a Deucimar de agir na tentativa de retaliação ao presidente por conta do julgamento de Lutero. Os membros da Comissão serão nomeados em 15 dias e terão quatro meses para realizar as investigações.
Além de Chico 2000, assinaram o requerimento Lueci Ramos (PSDB), Francisco Vuolo (PR), Lúdio Cabral (PT), Néviton Fagundes (PRTB), Clovito Hugueney (PTB) e Lutero Ponce, além de Toninho de Souza (PDT) e Washington Barbosa (PRB). Esses dois últimos são ligados presidente, que também assinou o documento, e defenderam a investigação como forma de promover a transparência.
"Não adianta querer vir me pressionar. Se uma denúncia é feita, a nossa obrigação é investigar até porque existe uma expectativa muito grande da população em relação à gestão atual da Câmara", afirmou Chico 2000, ao negar qualquer relação do pedido de CPI e o julgamento de Lutero.
O ex-presidente da Câmara também negou qualquer relação com a decisão de Chico 2000 e apresentou uma nova denúncia contra Deucimar. Afirmou que uma auditoria contratada pelo pepista apontou que uma central telefônica a ser adquirida pela Casa custaria R$ 22 mil, mas foi comprada por R$ 56 mil.
Ligado a Deucimar, Everton Pop (PP) preferiu não entrar no embate com os parlamentares, porém, questionou o momento em que é criada a CPI. "Não questiono a decisão dos vereadores em ser favorável ou não, mas soa estranho o momento que isso é feito, ou seja, a poucos dias do julgamento (de Lutero) marcado para segunda-feira".
A Câmara de Cuiabá tem protagonizado escândalos desde a gestão da ex-presidente e atual deputada, Chica Nunes (DEM), ou seja, 2005 e 2006. Na gestão da deputada teriam sido desviados R$ 6,2 milhões dos cofres públicos.
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