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Meio Ambiente
Sexta - 13 de Novembro de 2009 às 00:06
Por: Keity Roma

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Dado anual do Inpe revela menos 68% de devastação da Amazônia em terras mato-grossenses entre os dois últimos danos e lhe confere melhor resultado

Mato Grosso apresentou a maior queda no desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos 21 anos no levantamento anual referente a 2008-2009 do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE). Os dados divulgados ontem confirmaram uma tendência de redução já esperada, de 68% em relação ao período anterior.

A apresentação do melhor desempenho entre os nove integrantes da Amazônia Legal ameniza a incômoda imagem do Estado de inimigo do bioma - acentuada por intensas pressões e embates políticos em 2008 - e pode reforçar a recente trégua na turbulenta relação entre o governador Blairo Maggi e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

A área mato-grossense devastada com corte raso foi de 1.047 quilômetros quadrados (km2) entre o período de agosto de 2008 e julho de 2009, de acordo com a análise das imagens de satélite do Prodes. O número equivale a uma queda de 68%, se comparado ao mesmo período no levantamento 2007-2008, quando a floresta sofreu a derrubada de 3.258 km2 e despertou atenções federais.

No passado, o Estado chegou a apresentar índices assustadores, vistos como uma verdadeira ameaça à existência da Amazônia. O levantamento do Prodes divulgado em 2004 revelou um pico de 11.814 quilômetros quadrados da vegetação amazônica destruídos, dentro dos limites estaduais na Amazônia Legal. Já os dados de 2005 indicaram 7.145 quilômetros quadrados devastados.

O êxito de Mato Grosso no combate ao desmate florestal faz parte de um esforço nacional. Em todos os estados da Amazônia Legal o desmate registrado foi de sete mil quilômetros quadrados, também o menor das últimas duas décadas. A margem de erro é de 10%. Entre agosto de 2007 e julho de 2008 o país perdeu 12 mil km2 da vegetação.

“Se a gente comparar 1.047 km2 com a média de desmatamento do período de 1996 a 2005, que foi de 7.657 km2 por ano, chegaremos a uma queda de 87% na devastação. Um valor muito expressivo”, avalia o ambientalista da ONG Instituto Centro de Vida (ICV), Laurent Micol.

Além das pressões ambientais internacionais, do mercado global e do governo federal, Micol atribui à expectativa de compensação financeira com a manutenção da floresta, cuja principal aposta é o mercado de créditos de carbono, o fato da mudança de comportamento de ruralistas em relação à cultura de destruição da floresta.

“As pessoas têm uma perspectiva de ganhar dinheiro com isso em um futuro próximo. Isso faz com que elas deixem de colocar altos investimentos na derrubada florestal para a prática agrícola, o que custa caro, e procurem aumentar a produtividade nas áreas já abertas. O que é uma forma de manter sua floresta e entrar em um mercado altamente lucrativo e promissor”, frisa.

Na análise de Micol é pequeno o risco de retrocesso nos próximos anos, a tendência de queda no desmate deve se concretizar, alimentando até a expectativa de atingir um marco zero. Contudo, ele reforça que, apesar de acompanhar o corte raso total, a degradação ambiental com a realização de manejos mal elaborados é gravíssima e não vem sendo acompanhada.

Micol alerta que enquanto a floresta vem atingindo grandes avanços, o Cerrado continua desassistido. “Se o Estado estiver desmatando menos a floresta e mais o Cerrado, isso será grave. Porém, o Cerrado não é monitorado”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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