Relatório é pela cassação, mas Lutero será absolvido na 2ª
Até mesmo os responsáveis pela investigação, vereadores Francisco Vuolo (presidente) e o petista Lúdio Cabral (relator), desejam a manutenção do mandato de Lutero, acusado de desviar R$ 7,5 milhões dos cofres do Legislativo entre 2007 e 2008, período em que foi presidente. Apesar disso, para evitar desgaste político e risco de contrariar seus partidos, ambos vão votar pela cassação e já avisaram, inclusive, Lutero sobre esse posicionamento.
Vuolo e Lúdio são pré-candidatos a deputado estadual. Como a votação será transmitida ao vivo pela TV Assembleia (canal aberto) e haverá manifestação pública e pressão pela "queda" de Lutero, alguns vereadores vão "maquear" o discurso e resistem ao "assédio" do peemedebista. No fundo, tudo já está combinado porque um grupo votará contra, mas já sabendo que a quantidade de votos não será suficiente para cassá-lo, a não ser que o presidente da Mesa Diretora, Deucimar Silva (PP), desafeto de Lutero, siga o Regimento Interno, que prevê maioria simples (mínimo de 10 votos) para a cassação, assim como foi no caso de Ralf Leite (PRTB), primeiro vereador a perder o mandato no Legislativo cuiabano.
Bancada do PSDB do prefeito Santos está rachada; Lueci e Fernandes integram grupo de Lutero, enquanto Borges e Roosivelt querem a cassação
Lutero aposta todas as fichas na regra de dois terços. Assim, ao invés do mínimo de 10 dos 19 votos, seriam necessários chegar a 13, algo difícil de alcançar, apesar dos esforços políticos de praticamente todos os grupos. Quem definirá se a votação será por maioria simples (10) ou dois terços (13) será a Comissão de Constituição e Justiça, sob Domingos Sávio, que, apesar de ser do mesmo partido de Lutero, o PMDB, acompanha o grupo de Deucimar, que deseja o seu antecessor longe da cadeira parlamentar. Foi Sávio quem pediu a cassação de Ralf.
No PSDB do prefeito Wilson Santos, por exemplo, a bancada programa uma reunião para esta sexta, com vistas a discutir a situação de Lutero. Dos quatro parlamentares, dois estão "amarrados" em Lutero, sendo eles Lueci e Antônio Fernandes. O líder do Executivo, vereador Paulo Borges, e Roosivelt Coelho, votam pela cassação. A reunião vai ser conduzida pelo presidente do diretório municipal Ussiel Tavares, procurador-geral do Município. Ele segue orientação do prefeito, no sentido de convencer a bancada a votar em bloco pela cassação. Santos teme que o PP, com três vereadores e liderado por Deucimar, deixe a base caso o tucanato ajude a salvar o mandato de Lutero. Apesar da pressão, Lueci e Fernandes não querem recuar.
Néviton Fagundes, que está disposto a votar pró-Lutero, se vê acuado pelo PRTB, sob Samuel Lemos, secretário da Câmara Municipal e aliado de Deucimar. Há risco até do partido pedir a cassação do vereador por infidelidade, caso este não siga a orientação, que é pela cassação. Ivan Evangelista (PPS) é outro que apresenta posição dúbida. Ora bate nos ombros de Lutero, avisando-o que votará a seu favor, ora abraço Deucimar, prometendo ajudar no processo de perda do mandato do peemdebista.
Como está hoje a movimentação sobre o processo de Lutero Ponce (PMDB)
Pela cassação - 12
Everton Pop (PP)
Leve Levi (PP)
Deucimar Silva (PP)
Lúdio Cabral (PT)
Francisco Vuolo (PR)
Toninho de Souza (PDT)
Sérgio Cintra (PDT)
Domingos Sávio (PMDB)
Totó César (PRTB)
Paulo Borges (PSDB)
Rossivelt Coelho (PSDB)
Washington Barbosa (PRB)
No muro - 3
Ivan Evangelista (PPS)
Néviton Fagundes (PRTB)
Antônio Fernandes (PSDB)
Pela absolvição - 4
Lutero Ponce (PMDB)
Cloves Hugueney, o Clovito (PTB)
Lueci Ramos (PSDB)
Chico 2000 (PR)
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