Globo de Cuiabá pede meio milhão de reais à Gazeta
A ação já havia sido anunciada por Ueze Zahran em nota oficial divulgada em sua emissora de televisão e em informes publicitários em jornais do município. Zahran diz na propositura se sentir atingido pessoalmente e também as suas empresas. Acusa o Grupo Gazeta, pelo simples fato de defender claramente os interesses de Cuiabá, de prejudicá-lo. Fala em "campanha difamatória" com objetivo de mostrar que a Globo local preferia que a escolha da Fifa tivesse sido Campo Grande (MS), onde o empresário Ueze Zahran mantém a maioria de seus empreendimentos.
"O Grupo Gazeta em nenhum momento se omitiu diante da importância de Cuiabá sediar o Mundial", comenta o superintendente João Dorileo Leal, ao destacar ter disponibilizado espaço em todos os seus veículos de comunicação em defesa da Capital e de ter se manifestado pessoalmente sobre o assunto. "Vivemos num Estado democrático, onde a liberdade de expressão é regra do jornalismo. Não sei se marcar uma posição de forma transparente é um ato lesivo a um outro grupo de empresas com opinião divergente". Dorileo esclarece que o Grupo Gazeta apenas e tão somente se preocupou em mostrar uma Cuiabá, com problemas sim, mas também em condições de superá-los em tempo de receber o Mundial de Futebol. "Ser cidade-sede será um salto no desenvolvimento da Capital. Na condição de empresa regional, não poderíamos deixar de empunhar essa bandeira", argumenta o superintendente.
Para ele, ao agradecer ao senhor Ueze que na ação lembra ser A Gazeta o jornal "de maior tiragem de Mato Grosso", a reação é fruto de interesses feridos. Dorileo, outra vez, afirma o que disse em seu editorial de capa na edição do dia 4 deste mês, quando cita não temer o anunciado processo judicial do Grupo Zahran e credita a decisão não a uma agressão ao Grupo Gazeta de Comunicação, mas a toda cidade de Cuiabá e a sua população. "Que crime teríamos cometido ao defender a Capital achincalhada pelos ataques da Rede Globo e da mídia campo-grandense?", indaga Leal.
Dorileo reconhece que seu coração bate mais forte quando o assunto é Cuiabá e Mato Grosso, entretanto nega qualquer intenção ofensiva à Globo local por ter optado por Campo Grande (MS), quando da disputa para ser cidade-sede da Copa 2014. "Entendo que os negócios de Zahran são em Mato Grosso do Sul, enquanto nós, Grupo Gazeta, empregamos aqui, produzimos aqui e reinvestimos aqui. Óbvio que queremos o melhor para a nossa Capital."
O superintendente conta que apenas na Editoria de Opinião, do jornal A Gazeta, foram publicados 187 artigos, num período de 3 meses, referentes à Copa de 2014 e à tentativa - com êxito - de Cuiabá ser cidade-sede do Mundial. "A torcida ganhou as ruas e o Grupo Gazeta foi intransigente na defesa da Capital. Sempre agindo de forma transparente". Vale ressaltar, completa Dorileo, que não se pode menosprezar a inteligência da população. "Era voz corrente de que o noticiário da Rede Globo de Cuiabá fez com que somente os fatos negativos do Estado aparecessem em nível nacional. Mas agora, nas mãos da Justiça e com o discernimento dos magistrados, tudo será esclarecido."
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