À frente do Detran, Dóia não se empolga com candidatura
Num trabalho sem alarde e mais técnico que político, Teodoro Lopes, o Dóia, já está completando quatro anos na direção do Detran, sendo dois como presidente. De um lado é amado e, de outro, odiado por motoristas devido a sua imagem estar vinculada a um órgão que cobra muitas taxas e que constantemente apresenta problemas técnicos no sistema, deixando dezenas de pessoas na fila de espera de atendimento. Dóia administra um orçamento anual de R$ 127 milhões. O Detran é uma máquina de arrecadar. Parte dos recursos tem sido destinado à secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública na aquisição de equipamentos e de veículos. Parente do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e afilhado político do deputado Mauro Savi (PR), líder do governo Blairo Maggi na Assembleia, Dóia teve o nome incluído na lista de pré-candidatos a deputado estadual pelo PR.
Antes, estava no PSB, de onde saiu motivado por divergências com o deputado Valtenir Pereira. Apesar disso, nem o próprio Dóia se mostra animado com seu projeto político. Ele sabe que precisa conquistar pelo menos 30 mil votos para ter chance de ocupar cadeira na Assembleia. Se optar mesmo pela candidatura, será mais no sentido de ajudar na legenda com alguns "votinhos" e, de quebra, vai ter de limpar as gavetas e deixar o Detran até 4 de abril.
Perguntado nesta quarta sobre a pré-candidatura, Teodoro Lopes ponderou que "está à disposição do grupo do governador, como um soldado, mas que não faz muita questão de disputar as eleições". Afirma que é grato para o resto da vida a Maggi e a seu padrinho político Savi e também ao vice-governador Silval Barbosa (PMDB), pré-candidato à sucessão estadual e que assume o comando do Estado daqui a cinco meses. "O governador me deu oportunidade de assumir o Detran, um órgão difícil e complexo de ser administrado. Ele demonstra acreditar em mim, tanto que somente em 2008 tivemos um orçamento de R$ 127 milhões", diz Dóia, já em tom de despedida do cargo.
Troca
Quase toda diretoria do Detran será trocada. Para a cadeira de Dóia, há um nome já escalado. Trata-se de Carlos Nazário, que comanda a Ciretran de Rondonópolis. O diretor de Habilitação José Eurípedes Felício já "caiu". Foi exonerado nesta terça, através do Ato 13.380, assinado pelo próprio Dóia, pelo governador Maggi e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Eumar Novacki. Ex-vereador por Rosário Oeste e Nova Mutum, Felício retorna aos quadros da secretaria de Fazenda. Ele deixa o Detran por causa do "bolso". Nos seis meses em que ficou no órgão teve prejuízo financeiro. Como diretor estava ganhando R$ 4,5 mil, enquanto seu subsídio na Sefaz é superior a R$ 6 mil. O novo diretor de Habilitação é o ex-vereador por Sorriso Eugênio Destri, afilhado político do deputado Savi.
Juarez Fiel também vai deixar a Diretoria de Veículos. Filiado ao PP, ele é pré-candidato a deputado estadual e tem incentivo do seu padrinho na política, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia Chico Daltro. Os outros dois diretores, sendo eles Eleonora Duze Duarte (Gestão Sistêmica) e Cláudio César da Silva (Corregedoria-Geral), vão ser mantidos, ao menos por enquanto, mesmo com a renúncia de Maggi e a posse do novo governador Silval Barbosa. (Romilson Dourado)
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