Exposição Transgênicos será aberta dia 14 em Chapada dos Guimarães

De 14 de novembro a 20 de dezembro, estará aberta em Chapada dos Guimarães (disante 65 km de Cuiabá) a exposição Transgênicos, do artista plástico Daniel Pellegrim. Em sua maioria, as obras de Pellegrim surgem do gesto livre e da observação. Têm em comum o artifício do ornamento, formas sinuosas, que se misturam, se entrelaçam, multiplicando-se, formando uma ou mais imagens ou fazendo com que imaginemos outras.

Assim a obra pulsa, vive e desenvolve-se criando expressão e movimento, ora preenchendo todos os vazios da superfície, ora reorganizando os gestos de forma racional, muitas vezes apropriando-se da história da arte.

Primeiramente, o artista “borda” em nankin um caos de curvas, faixas sinuosas, pingos ondulados, riscos espiralados, círculos distorcidos, formas caligráficas, abstratas ou seqüenciais, ziguezagueadas, serpentinadas. Esse caos é recriado e multiplicado pela observação do artista. Daquele “bordado” saem as molduras, os ornatos, as figuras ou mesmo as paisagens do seu imaginário. Com essa “brincadeira”, ele traduz os elementos miniaturizados, elementos ampliados decifrados por intermédio de uma leitura pessoal.

O que parece apenas um gesto do acaso recebe um tratamento meticuloso que envolve a perspicácia das mãos e a sagacidade do olhar. Conjugada essa ação de “emblematizar” os gestos, o artista retira deles as formas que são reinventadas.

Chapada dos Guimarães com seus paredões avermelhados, situada no centro da América do Sul é um local que estimula a sensibilidade, com cores e formas surreais, bruma e sol ao mesmo tempo, horizontes limpos e claros, monumentos de pedra, noites luminosas, fauna e flora paradisíacas. Este é o território da obra de Pellegrim, nesse lugar visto e imaginado, o artista cria seus ícones. O artista usa como tema figuras, personagens criados e recriados, oriundos das paisagens, do retorcido dos galhos do cerrado, das formas das nuvens, que de Chapada dos Guimarães são vistas de cima ou bem de perto, das poças, das imensas lavouras do centro-oeste mato-grossense, das curvas dos rios que muitas vezes são vistos do satélite.

As obras de Daniel Pellegrim apresentam uma grande afinidade com os desenhos infantis, relacionando-se assim com o que hoje é chamado de Toy Art.