Mauro Mendes não crê em candidatura imposta
Após se posicionar em Barra do Garças, no final de semana, com um discurso crítico relacionado ao perfil do futuro governador de Mato Grosso, o empresário Mauro Mendes, principal aposta do PSB para disputar a sucessão do governador Blairo Maggi, disse desconhecer qualquer estudo realizado pelo seu ex-partido, o PR, para definir o apoio à candidatura do vice-governador Silval Barbosa (PMDB) ao governo.
Conforme a declaração de Mauro, o futuro governador do Estado “não será imposto por ninguém, e sim pela decisão povo”. Mendes não fez qualquer citação de nomes, além de reafirmar o seu posicionamento de não discutir candidatura, neste momento, apenas um plano de governo para o Estado.
Mendes nega que a opção do governador de respaldar o projeto do PMDB possa ter influenciado na sua decisão de migrar para o PSB. “O governador definiu, mas desconheço os critérios que tenham sido usados para decidir pelo Silval. Se ele (Maggi) fez pesquisa não é do meu conhecimento”, disse.
Árduo defensor da construção de um programa de governo discutido com a sociedade civil organizada, Mauro reforçou seu entendimento de que a escolha de um candidato ao governo deve, antes de mais nada, ter o amplo apoio da população. Nesse sentido, a posição do ex-republicano abre precedentes para questionamento sobre o processo no PR que selou apoio para o vice-governador.
Mauro Mendes, que disputou a prefeitura de Cuiabá nas eleições municipais, era um dos nomes mais citados para encabeçar um projeto próprio em 2010. O diretor-geral do Departamento nacional de Infraestrutura, Luiz Antônio Pagot, se mostrava um dos maiores entusiastas da candidatura de Mauro Mendes ao comando do Estado. No entanto, a decisão de Maggi de respaldar Silval gerou algumas rusgas na legenda republicana.
A corrente do PR que defendia candidatura própria viu na posição do governador o fim de um sonho de suceder substituir o comando do Palácio Paiaguás por outro representante da sigla. Apesar do cenário, Mauro voltou a frisar que sua decisão de migrar para o PSB não está relacionada à possível insatisfação com a posição de Maggi. Destacou mais uma vez que a opção foi puramente ideológica. “Foi por uma questão ideológica e também porque tenho simpatia pelos trabalhos do deputado Ciro Gomes”, enfatizou.
O empresário, no entanto, disse que um dos fatores que o levaram a se filiar ao PSB diz respeito à forma de condução política dos debates. Ele reiterou ainda que o PSB só definirá o projeto do partido em 2010, depois de debater amplamente as propostas de governo com as bases e a população.
O empresário alertou ainda que só discutirá sobre possível composição no próximo ano. Mas admitiu aproximação da legenda com partidos como o PDT que vem mantendo a mesma linha de análise quando o assunto é a construção de um projeto próprio. As duas legendas discutem com outros partidos como o PPS, PV e ainda o PCdoB uma candidatura alternativa para o governo do Estado.
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